Protozoários. USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

domingo, 27 de março de 2016

Farmacologia Clínica - Dispensação. Prescrição antiprotozoários.


Postado por RWI REDE BRASIL RÁDIO UNIVERSITÁRIA EAD CECU 2010-2018 às 14:52 Nenhum comentário:
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TEXTO PARA ESTUDOS DE GRUPO ESPECIALIZADO

Fotos de  Curso de Auxiliar de Farmacia Qi Educação ProfissionalNÚCLEO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

Curso Auxiliar de Farmácia e Parafarmáciauntitled

CURSO FORMAÇÃO

Professor César Augusto Venâncio da Silva

1.a EDIÇÃO

2016

Direitos Autorais e Licenciamento.

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Apresentação.

Esse Volume representa um ensaio sobre Protozoários.

A partir de maio de 2014, buscamos interagir com o EAD para ofertar cursos de extensão na área da Farmacologia Clínica, com fins de propalar a educação básica para a Saúde Coletiva, reafirmo a posição firmada anteriormente. O presente livro tem como base de formação teórica uma visão que se processa através de informações científicas e atualizadas, dando aos profissionais, no presente e no futuro oportunidades de revisão e fixação de aprendizagens sobre os fenômenos que classificam a compreensão da atividade de regulação de medicamentos, anatomia e fisiologia aplicada, farmacocinética e farmacodinâmica em suas várias dimensões.

Essa ensaio visa atingir os alunos do projeto universidade virtual OCW, onde o autor escreve e publica material didático para os alunos dos cursos de farmácia, biologia, psicologia e disciplinas do Curso de Medicina das Universidades que adotam o sistema OCW. O Consórcio Open Course Ware é uma colaboração de instituições de ensino superior e organizações associadas de todo o mundo, criando um corpo amplo e profundo de conteúdo educacional aberto utilizando um modelo compartilhado.

Mais detalhe sobre o projeto pode ser encontrado nos links seguintes:

http://farmacologiatomo2rdm.blogspot.com.br/

http://farmacologiatomo1rdm.blogspot.com.br/

http://farmacologiav5t1.blogspot.com.br/

Outros livros da série podem ser vistos nos links:

http://inespeceducacaocontinuada.webnode.com/

http://radioinespec2013.yolasite.com/

http://institutoinespec.webnode.com.br/.

http://institutoinespec.webnode.com.br/livro-do-curso-de-farmacia-para-as-turmas-iii-e-iv-/

http://www.scribd.com/doc/125825298/Livro-Revisado-4-de-Fevereiro

http://institutoinespec.webnode.com.br/livro-do-curso-de-farmacia-para-as-turmas-iii-e-iv-/

Professor César Augusto Venâncio da SILVA.

Docente de Farmácia Aplicada

Especialista em Farmacologia Clínica pela Faculdade ATENEU.

Fortaleza-Ceará.

Matrícula 0100.120.102201775.

Fortaleza, Março de 2016.

Recomendamos os textos:

1 - (Aula especial tópico ensaio. Published by Cesar Augusto Venâncio Silva. Dec 15, 2013 - Copyright: Attribution Non-commercial - PDF, DOCX, TXT)

http://www.scribd.com/doc/191659914/aula-especial-topico-ensaio

2 - (SÉRIE FARMACOLOGIA APLICADA 2a. EDIÇÃO AULAS PARA O PERÍODO DE 1 A 21 DE DEZEMBRO FARMACOLOGIA CLÍNICA II TOMO II DO VOLUME - Cesar Augusto Venâncio Silva. SEGUNDA REEDIÇÃO AMPLIADA COM AULAS PARA O PERÍODO DE 16 DE DEZEMBRO DE 2013 A 21 DE DEZEMBRO. Dec 16, 2013 - Copyright: Attribution Non-commercial)

http://www.scribd.com/doc/191746207/SERIE-FARMACOLOGIA-APLICADA-2a-EDICAO-AULAS-PARA-O-PERIODO-DE-1-A-21-DE-DEZEMBRO-FARMACOLOGIA-CLINICA-II-TOMO-II-DO-VOLUME-V

3 - (Published by Cesar Augusto Venâncio Silva - ANATOMIA DA VIA

Parenteral por injeção ou infusão. LIVRO FARMACOLOGIA TOMO II PROFESSOR CÉSAR VENÂNCIO ANATOMIA 21122013 - Dec 21, 2013 - Copyright: Attribution Non-commercial (PDF, DOCX, TXT):

http://www.scribd.com/doc/192841449/ANATOMIA-DA-VIA-Parenteral-por-injecao-ou-infusao-LIVRO-FARMACOLOGIA-TOMO-II-PROFESSOR-CESAR-VENANCIO-ANATOMIA-21122013

4 - Publicado por Cesar Augusto Venâncio Silva - 2014. QUINTA EDIÇÃO DA SÉRIE – REVISTA E AUMENTADA. 1ª. Edição do Volume V – TOMO II Editora Free Virtual. INESPEC – 2012 - Fortaleza-Ceará. Edição em Janeiro de 2014. Anatomia e Fisiologia. 4ª. Reedição Aumentada. LIVRO FARMACOLOGIA TOMO II PROFESSOR CÉSAR VENANCIO ANATOMIA 4a REEDIÇÃO. http://eadfsd.blogspot.com.br/

Epigrafe.

“Ser professor é um privilégio... é semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita... é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"

(Gabriel Chalita)

Reflexão.

Para obter o máximo de benefícios de seu tratamento com remédios, é necessário usá-los corretamente. O consumo de remédios, mesmo quando prescrito por médicos, deve seguir procedimentos específicos. Além da automedicação, tomar o medicamento de forma inadequada também oferece riscos à saúde. E, quando não chega a ser perigoso para a saúde, isso pode, no mínimo, levar a resultados indesejados, como o medicamento não funcionar como se espera (perda da eficácia da fórmula). Nos casos mais graves, efeitos colaterais ou interações medicamentosas inesperadas.

Alternativas

Para muitas pessoas, tomar determinados remédios é um “sacrifício”. Ou pelo gosto desagradável do medicamento, ou pelo seu formato, muitos chegam até a sentir ânsias de vômito. Nesses casos, não há problema em que a pessoa beba água após a ingestão deste medicamento. O mais recomendado, no entanto, é buscar formas diferenciadas de consumo. É o que os laboratórios fazem com os remédios voltados para as crianças, sempre com essências e sabores mais adocicados.

Para fins didáticos podemos aqui estabelecer que a Farmacologia seja subdivida em:

Farmacologia Geral: estuda os conceitos básicos e comuns a todos os grupos de drogas.

Farmacologia Especial: estuda as drogas em grupos que apresentam ações farmacológicas semelhantes. Ex.: farmacologia das drogas autonômicas (que atuam no SNC).

Farmacognosia (farmacognosia é um dos mais antigos ramos da farmacologia. Ela é praticada por farmacêuticos, e tem como alvo os princípios ativos naturais, sejam animais ou vegetais. O termo deriva de duas palavras gregas, pharmakon, ou droga, e gnosis ou conhecimento. A farmacognosia passou a ser obrigatória nas escolas de farmácia brasileiras a partir de 1920 - Estudo do uso, da produção, da história, do armazenamento, da comercialização, da identificação, da avaliação e do isolamento de princípios ativo, inativo ou derivados de animais e vegetais): diz respeito à origem, métodos de conservação, identificação e análise química dos fármacos de origem vegetal e animal.

Farmácia: trata da preparação dos medicamentos nas suas diferentes formas farmacêuticas (compridos, cápsulas, supositórios, etc.), da sua conservação e análise.

Farmacodinâmica: trata das ações farmacológicas e dos mecanismos pelos quais os fármacos atuam (em resumo, daquilo que os fármacos fazem ao organismo).

Farmacocinética: dizem respeito aos processos de absorção, distribuição, biotransformação (e interações) e excreção dos fármacos (em resumo, daquilo que o organismo faz aos fármacos).

Farmacogenética (é a ciência que estuda a variabilidade genética dos indivíduos com relação às drogas específicas. Determinados indivíduos podem reagir diferentemente ao mesmo tipo de medicamento, dependendo de sua etnia ou outras variações genéticas. Foi criado por F.Vogel em 1959): área em crescimento explosivo, que trata das questões resultantes da influência da constituição genética nas ações, na biotransformação e na excreção dos fármacos e, inversamente, das modificações que os fármacos podem produzir nos genes do organismo que os recebe.

Cronofarmacologia: estudo dos fármacos em relação ao tempo. Sua aplicação se baseia nos resultados da cronobiologia.

Toxicologia: diz respeito às ações tóxicas não só dos fármacos usados como medicamentos, mas também de agentes químicos que podem ser causadores de intoxicações domésticas, ambientais ou industriais.

Conceito.

A farmacologia é uma palavra de origem grega - ϕάρμακον, fármacon também designada como droga, e λογία, derivado de - λόγος logos que representa o termo: "palavra", "discurso", e que em sentido amplo podemos considerar "ciência". Assim, é a ciência que estuda como as substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos. A Farmacologia é uma ciência que se sugere ter nascida em meados do século XIX. Se essa substância tem propriedades medicinais, elas são referidas como "substâncias farmacêuticas". O campo abrange a composição de medicamentos, propriedades, interações, toxicologia e efeitos desejáveis que pudessem ser usados no tratamento de doenças. A ciência Farmacologia engloba os aspectos do conhecimento da história, origem, propriedades físicas e químicas, associações, efeitos bioquímicos e fisiológicos, mecanismos de absorção, biotransformação e excreção dos fármacos para seu uso terapêutico, médico ou não.

COMENTÁRIOS.

Toxicologia.

A toxicologia é uma ciência multidisciplinar que tem como objeto de estudo os efeitos adversos das substâncias químicas sobre os organismos. Possui vários ramos, sendo os principais a toxicologia clínica, que trata dos pacientes intoxicados, diagnosticando-os e instituindo uma terapêutica mais adequada; a toxicologia experimental, que utiliza animais para elucidar o mecanismo de ação, espectro de efeitos tóxicos e órgão alvos para cada agente tóxico, além de estipular a DL50 e doses tidas como não tóxicas para o homem através da extrapolação dos dados obtidos com os modelos experimentais; e a toxicologia analítica, que tem como objetivo identificar/quantificar toxicantes em diversas matrizes, sendo estas biológicas (sangue, urina, cabelo, saliva, vísceras, etc.) ou não (água, ar, solo). No entanto existem outras áreas da toxicologia como a ambiental, forense, de medicamentos e cosméticos, ocupacional, ecotoxicologia, entomotoxicologia, veterinária, etc. Sendo assim, é importante que o profissional que atue nesta área tenha conhecimentos de diversas áreas como química farmacocinética e farmacodinâmica, clínica, legislação, etc. Na formação cientifica ampla, tópicos difusos não podem ser perdidos de vista quando interage com uma compreensão mais ampla do tema abordado, assim dentro do conceito Toxicologia se agrega o termo: Toxinologia, como parte da ciência que estuda as toxinas, dos microorganismos, das plantas e dos animais suas características, formação, função, metabolismo, e intoxicações ou efeitos nocivos.

Toxinologia.

A Toxinologia distingue-se da toxicologia por abordar um segmento específico dos venenos ou tóxicos, isto é substancias que produzem um efeito nocivo sobre os organismos vivos. Entre os agentes tóxicos produzidos por animais podemos destacar: a toxina botulínica produzida pela bactéria Clostridium botulinum, causadora do botulismo; o veneno de alguns insetos como a Lonomia obliqua (taturana ou lagarta de fogo); abelhas tipo Apis mellifera; alguns peixes tetraodontiformes ou baiacus; algumas espécies de anuros em especial o Phyllobates terribilis, o sapo do veneno de flecha e as conhecidas e temidas serpentes. Observe-se que todo veneno ou substancia tóxica pode ser mais ou menos nocivo a um organismo a depender da relação entre a dose e o tamanho do organismo, bem como, em relação à susceptibilidade alérgica desta associada às experiências anteriores de exposição. A propriedade tóxica dos venenos animais e vegetais tem sido pesquisada não só para se desenvolver antídotos ou métodos de tratamento, mas também para se isolar os componentes ativos que podem ser utilizados como medicamentos a exemplo dos utilizados na apiterapia ou como vacina do sapo, entre outros.

Toxinas.

Uma toxina, num contexto científico, é uma substância de origem biológica que provoca danos à saúde de um ser vivo ao entrar em contato ou através de absorção, tipicamente por interação com macromoléculas biológicas, tais como enzimas e receptor. O termo obteve um uso mais alargado, erroneamente, no contexto de medicina complementar e charlatanice, onde se refere a substâncias prejudiciais genéricas (por vezes de composição química não provada ou não especificada) que prejudicam a saúde. Muitas plantas, animais e microorganismos produzem toxinas naturais com a função de desencorajar ou matar os seus predadores. As toxinas animais que são aplicadas subcutaneamente (por exemplo, através de picadas ou mordidas) são chamadas de veneno. As toxinas também são geradas por bactérias, quer no corpo vivo durante infecções (como, por exemplo, o tétano) ou em material biológico em decomposição. As exotoxinas são secretadas externamente por uma bactéria e as endotoxinas formam parte da parede celular. O termo intoxicação alimentar usa-se para definir um vasto número de doenças que podem ser causadas pela ingestão de comida imprópria para consumo devido a toxinas bacterianas. A toxina também tem vindo a ser aplicadas no campo da guerra química.

Endotoxinas indica uma toxina microbiana que não é ativamente libertada para o meio pelo microrganismo, mas que ou é parte integrante das estruturas celulares ou é produzida no interior da célula e libertada apenas aquando da lise celular (como é o caso da toxina cry do Bacillus thuringiensis). Note que a palavra endotoxina é usada para indicar o lípido A, constituinte dos lipopolissacarídeos (LPS) presentes no folheto exterior da membrana externa das bactérias Gram-negativas, que só é libertado após a destruição da parede celular da bactéria. As endotoxinas são menos potentes e menos específicas que a maioria das exotoxinas. São também chamadas toxinas intracelulares. Causam febre e são moderadamente tóxicas. No entanto, quando em concentrações elevadas, podem tornar-se muito perigosas e levar a choque séptico e à morte. A condição caracterizada pela presença de endotoxinas no sangue é chamada de endotoxemia.

Bacillus thuringiensis é uma espécie microbiológica da família Bacillaceae. É uma bactéria de solo presente nos mais diversos continentes, gram-positiva, aeróbica, isto é, necessita de oxigênio para sobreviver e, quando as condições ambientais se tornam adversas, pode esporular para sobreviver a estas condições. Tanto na sua fase vegetativa quanto na esporulação, estas bactérias produzem proteínas que têm efeito inseticida. Destas proteínas, as mais conhecidas são chamadas de proteínas cristal, com a denominação Cry, que são produzidas durante a fase de esporulação. Já foram identificadas diversas proteínas que atuam em diferentes ordens de insetos e até já foram descritas proteínas com potencial de controlar nematóides. São mais de 50 diferentes famílias descobertas e organizadas por um código numérico. Como exemplo tem a família Cry1, que atua sobre lepidópteros, a Cry3, que atua sobre coleópteros e a Cry4, que atua sobre dípteros, inclusive utilizada no controle biológico de mosquitos vetores de doenças como a dengue.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA - The following review was published in 1998: Revision of the Nomenclature for the Bacillus thuringiensis Pesticidal Crystal Proteins. N. Crickmore, D.R. Zeigler, J. Feitelson, E. Schnepf, J. Van Rie, D. Lereclus, J. Baum, and D.H. Dean. Microbiology and Molecular Biology Reviews (1998) Vol 62: 807-813. It is also available online. Due to the fact that the nomenclature is constantly being updating we also recommend citing this Web Site. The correct format for doing this is: Crickmore, N., Baum, J., Bravo, A., Lereclus, D., Narva, K., Sampson, K., Schnepf, E., Sun, M. and Zeigler, D.R. "Bacillus thuringiensis toxin nomenclature" (2014) http://www.btnomenclature.info/-http://www.lifesci.sussex.ac.uk/home/Neil_Crickmore/Bt/).

Conclusão: A espécie Bacillus thuringiensis é uma bactéria gram-positiva, que normalmente habita os solos, mas também pode ser encontrada no intestino de lagartas de espécies de borboletas ou ainda sobre a parte escura na superfície de um vegetal.

Seu uso social é muito comum para o controle de pragas, pois é um potente pesticida. Mesmo apesar disso, não traz nenhum (ou quase nenhum) malefício aos humanos, animais pastores ou polinizadores. Portanto, é um pesticida ecologicamente correto. Porém, expor demais uma plantação a esse recurso por de induzir inicialmente uma tolerância e mais tarde uma resistência, por parte da praga-alvo. ICONOGRAFIA 4 -

Hoje os grandes laboratórios já dominam as técnicas de reprodução desta bactéria e a extração das proteínas (em forma de cristais) que produzem. Com isso desenvolvem os pesticidas. É um processo de baixo custo, se levar em consideração a produção dos inseticidas bioquímicos agrícolas, e por isso se torna viável e pode ser facilmente produzido em larga escala, além de ser eficaz.

Veneno.

Os venenos podem ser de origem: Mineral (arsênico ou mercúrio, por exemplo); Vegetal (a cicuta ou algumas plantas venenosas, por exemplo; as plantas medicinais, como a Atropa belladona, contêm substâncias tóxicas que são venenos em determinadas quantidades); Animal (peçonha de serpentes, abelhas e medusas, por exemplo); Artificial (muitas das substâncias sintetizadas pelo ser humano na indústria, por exemplo, como o ácido sulfúrico, ou o monóxido de carbono do escapamento dos automóveis). A diferença entre uma substância venenosa e uma substância farmacêutica ou mesmo nutricional é que um veneno é mortal em determinada dose e não tem qualquer função terapêutica. Flúor e iodo podem ser considerados venenosos, mas têm aplicações terapêuticas em mínimas doses, sendo o iodo indispensável e o flúor um bom fármaco contras as cáries. Um veneno pode ser definido como qualquer substância tóxica, seja ela sólida, líquida ou gasosa, que possa produzir qualquer tipo de enfermidade, lesão, ou alterar as funções do organismo ao entrar em contato com um ser vivo, por reação química com as moléculas do organismo.

PROTOZOÁRIOS.

O Reino Protista agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas), que são Protistas autótrofos (fotossintetizantes). Os protozoários são Protistas heterótrofos Eles habitam a água e o solo. Este reino é constituído por cerca de 65.000 espécies conhecidas, das quais 50% são fósseis e o restante ainda vive hoje; destes, aproximadamente 25.000 são de vida livre, 10.000 espécies são parasitos dos mais variados animais e apenas cerca de 30 espécies atingem o homem (TORTORA, 2000).

http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2004/microorganismos/PROTOZ1.jpg

Iconografia: Ilustração de protozoários e euglena.

Os protozoários são as únicas células que, para sobreviver, realiza todas as funções mantenedoras da vida: alimentação, respiração, reprodução, excreção e locomoção. Para cada função existe uma organda própria, como, por exemplo:

Cinetoplasto: provavelmente é uma mitocôndria especializada, sendo muito rico em DNA; corpúsculo basal: base de inserção de cílios e flagelos; reservatório: supõe-se que seja um local de secreção, excreção e ingestão de macromoléculas, por pinocitose; lisossoma: permite a digestão intracelular de partículas; aparelho de Golgi: síntese de carboidratos e condensação da secreção protéica; reticulo endoplasmático: a) livre-síntese de esteroides; b) granuloso-síntese de proteínas; mitocôndria: produção de energia; microtúbulos: movimentos celulares (contração e distensão); flagelos, cílios, membrane ondulante e pseudopodos: locomoção; axonema: eixo do flagelo; citóstoma: permite ingestão de partículas.

Cada organela é mais ou menos semelhante nas varias espécies, entretanto, ocorrem pequenas diferenças que podem ser observadas ao microscópio óptico ou unicamente ao microscópio eletrônico. Aliás, hoje, a protozoologia só pode ser bem estudada à luz do microscópio eletrônico; da bioquímica e fisiologia celular. Quanto a sua morfologia, os protozoários apresentam grandes variações, conforme sue fase evolutiva e meio a que estejam adaptados. Podem ser esféricos, ovais ou mesmo alongados. Alguns são revestidos de cílios, outros possuem flagelos, e existem ainda os que não possuem nenhuma organela locomotora especializada. Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas. Assim, temos:

Trofozoíto: É a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz, por diferentes processos.

Cisto: É a forma de resistência ou inativa. O protozoário secreta uma parede resistente (parede cística) que o protegerá quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência. Freqüentemente há divisão nuclear interna durante a formação do cisto.

Gameta: É a forma sexuada, que aparece em algumas espécies. O gameta masculino é o microgameta, e o feminino é o macrogameta.

http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2004/microorganismos/PROTOZ2.jpg

Iconografia: Ilustração de um protozoário ciliado e suas organelas.

Reprodução.

Encontramos os seguintes tipos de reprodução:

Assexuada: divisão binária ou cissiparidade; brotamento ou gemulação; esquizogonia: é uma fissão múltipla; o núcleo se divide múltiplas vezes antes da célula se dividir. Após a formação de vários núcleos, uma pequena porção do citoplasma se concentra ao redor de cada núcleo e então, uma única célula se separa em células-filhas.

Sexuada.

Existem dois tipos de reprodução sexuada: conjugação: união temporária de dois indivíduos, com troca mútua de materiais nucleares; singamia ou fecundação: união de microgameta e macrogameta formando o ovo ou zigoto, o qual pode dividir-se para fornecer certo número de esporozoítos. O processo de formação de gametas recebe o nome de gametogonia e o processo de formação dos esporozoítos recebe o nome de esporogonia (TORTORA, 2000).

Nutrição.

Quanto ao tipo de alimentação, os protozoários podem ser: holofíticos ou autotróficos: é os que, a partir de grãos ou pigmentos citoplasmáticos (cromatóforos), conseguem sintetizar energia a partir de a luz solar (fotossíntese); holozóicos ou heterotróficos: ingerem partículas orgânicas, digerem-nas (enzimas) e, posteriormente, expulsam os metabólitos. Essa ingestão se dá por fagocitose (ingestão de partículas sólidas) ou pinocitose (ingestão de partículas líquidas); saprozóicos: "absorvem", substancias inorgânicas, já decompostas e dissolvidas em meio líquido; mixotróficos: quando são capazes de se alimentar por mais de um dos métodos acima descritos.

http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2004/microorganismos/PROTOZ3.jpg

Iconografia: Desenho de um protozoário heterotrófico se alimentando por fagocitose.

Digestão.

Nas espécies de vida livre há formação de vacúolos digestivos. As partículas alimentares são englobadas por pseudópodos ou penetram por uma abertura pré-existente na membrana, o citóstoma. Já no interior da célula ocorre digestão, e os resíduos sólidos não digeridos são expelidos em qualquer ponto da periferia, por extrusão do vacúolo, ou num ponto determinado da membrana, o citopígio ou citoprocto

Respiração.

Podemos encontrar dois tipos fundamentais: aeróbicos: são os protozoários que vivem em meio rico em oxigênio; anaeróbicos: quando vivem em ambientes pobres em oxigênio. A movimentação dos protozoários é feita com auxílio de uma ou associação de duas ou mais das organelas abaixo:

Pseudópodes: são expansões citoplasmáticas transitórias que a célula emite para se locomover e capturar alimentos.

Flagelos: são prolongamentos da cutícula formando filamentos longos. São dotados de movimentos ondulatórios e serpenteados, permitindo o deslocamento da célula e a captura de alimento.

Cílios: tem as mesmas estruturas dos flagelos, diferindo por serem menores e aparentemente em grande número, movimentando-se em conjunto. Seu batimento produz uma corrente que facilita a captura de alimentos e locomoção.

http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2004/microorganismos/PROTOZ4.jpg

Iconografia: Desenho esquemático de uma Amoeba se movendo por extensão de seu citoplasma, denominado de pseudópodes.

Observação para reflexão de interesse em Saúde Pública.

Amoeba é um gênero de protozoários do grupo dos rizópodes ou sarcodíneos. Unicelular como todos os protozoários, possui pseudópodes que auxiliam na locomoção e aquisição de alimento. A maioria é de vida livre, ou seja, não-parasitas; dulcícolas (água doce), possuindo um vacúolo contrátil ou pulsátil que realiza osmorregulação - eliminando o excesso de água absorvida -, permitindo a vida da célula.

1. Amoeba discoides (Sch.)

2. Amoeba dubia (Sch.)

3. Amoeba gorgonia (Pen.)

4. Amoeba guttula (Duj.)

5. Amoeba limicola (Rhumb.)

6. Amoeba proteus (Pal.)

7. Amoeba radiosa (Ehr.)

8. Amoeba spumosa (Grub.)

9. Amoeba striata (Pen.)

10. Amoeba verrocosa

11. Amoeba vespertilio (Pen.)

Foram isoladas amebas dos gêneros Vahlkampfia, Glaeseria, Acanthamoeba, Filamoeba, Amoeba, Platyamoeba e Hartmanella de dez diferentes marcas de água mineral engarrafadas, servidas no Rio de Janeiro, RJ (Brasil). Somente uma das marcas foi negativa para protozoários, enquanto que de todas as outras foram isoladas amebas de vida livre. O significado desses resultados é discutido como um indicador de qualidade da água mineral usada comercialmente, destacando-se o fato de que alguns desses microorganismos são potencialmente patogênicos.

http://www.enchantedlearning.com/agifs/Amoeba_bw.GIF

O isolamento de diversas amostras de amebas de vida livre em 9 entre 10 marcas de água mineral distribuídas comercialmente na cidade do Rio de Janeiro constitui achado que mostra grau indesejável de contaminação, inclusive com a veiculação de amostras de Acanthamoeba, microrganismo cuja ação patogênica ainda é pouco conhecida. Esses resultados apontam também para as falhas ao nível do processamento e do controle de produtos consumidos em larga escala, quase sempre como opção de quem deseja usar um produto mais limpo e seguro. Como os protozoários são um grupo grande e diverso, esquemas atuais de classificação das espécies de protozoários em filos e subfilos são baseados na motilidade, superfície celular, estruturas para alimentação, estrutura nuclear, e até a presença de bactérias simbióticas (TORTORA, 2000). Seus filos são: Mastigosphora (flagelados), como Trypanossoma, Giardia, Leishmania; Sarcodina, como as amebas; Ciliophora (ciliados), como o Paramecium; Sporozoa, como o Plasmodium, Toxoplasma; Euglenoides, como as euglenas.

Referência Bibliográfica.

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Doenças causadas por protozoários.

http://www.brasilescola.com/upload/e/leishmaniose.JPG

NOTA DO AUTOR.

A leishmaniose tegumentar americana, conhecida popularmente pelos nomes: “úlcera de bauru”, “nariz de tapir” e “ferida brava”, caracteriza-se por apresentar feridas indolores na pele ou mucosas do indivíduo afetado. É causada por protozoários do gênero Leishmania, como o L. braziliensis, L. guyanensis e L. amazonensis: parasitas de vertebrados mamíferos. Fêmeas de mosquitos do gênero Lutzomyia são os vetores. Esses, de tamanho pequeno (menores que pernilongos), podem também ser chamados de mosquito-palha, birigui, cangalhinha, bererê, asa-branca ou asa-dura. Vivem em locais úmidos e escuros, preferindo regiões onde há acúmulo de lixo orgânico, e movem-se por meio de vôos curtos e saltitantes. A doença é endêmica da Amazônia, mas tem ocorrência em várias regiões do mundo, não se restringindo apenas às florestas, mas também presente em ambientes urbanos, em razão da destruição das coberturas vegetais nativas. Ao ferroarem um indivíduo, este pode desenvolver a ferida em cerca de dez dias a três meses, caso o vetor esteja sendo hospedeiro desses protozoários. A lesão terá suas características influenciadas pela espécie do Leishmania e condições imunológicas da pessoa, ocorrendo freqüentemente nas regiões do corpo descobertas pela roupa. Na forma mais comum (cutânea), esta se inicia pequena, arredondada, profunda e com borda avermelhada, crescendo progressivamente. Pode surgir apenas uma ou em maior quantidade. Na maioria dos casos não são curadas naturalmente, e tampouco com o uso de medicamentos cicatrizantes comuns. Na forma cutaneomucosa, evolução desta primeira, há a presença de feridas no nariz, boca ou garganta cujo aumento pode comprometer essas estruturas. No cutâneo difuso, surgem nódulos em várias regiões do corpo, principalmente nos membros. As cicatrizes destss ulcerações podem permanecer e, caso o tratamento não seja feito de forma correta, após meses ou anos a doença pode ressurgir. Para diagnóstico pode ser feito exame de sangue, a fim de encontrar anticorpos específicos; biópsia ou raspadura da lesão. O tratamento é feito não só visando a cura clínica, mas também o impedimento de que a doença evolua para as outras formas mais graves e, também, para evitar recidivas. Como alopático, pode ser receitado um antimonial pentavalente. Quando o tratamento com este não apresenta resultados satisfatórios, imunoterapia e imunoprofilaxia podem ser requeridos. A utilização de roupas adequadas e uso de repelente quando estiver em ambiente de mata, visitar o médico em casos de feridas, destinarem adequadamente o lixo, evitar banho de rio ao entardecer e, além de evitar animais domésticos com feridas características, procurar a prefeitura a fim de que o sangue destes seja recolhido para análise, são medidas importantes para se evitar casos de leishmaniose tegumentar. O uso de determinadas telas e mosquiteiros pode não ser eficaz em face do tamanho diminuto do vetor.

Vem aí novo remédio para leishmaniose cutânea (Informação data de 25/02/2013, Às 12h57min) Um medicamento para leishmaniose cutânea que não provoca grandes efeitos colaterais está sendo desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O remédio, na apresentação de gel 10% é o sulfato de paromomicina, em estudo no Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da unidade. A expectativa é disponibilizar em quatro anos o produto para o paciente atendido pelo Sistema Único de Saúde. A leishmaniose afeta 88 países, entre eles o Brasil. Pernambuco é uma das áreas endêmicas, onde há transmissão constatnte da doença negligenciada pelas indústrias farmacêuticas. Atualmente, o tratamento é feito com o antimoniato de N-metilglucamina, pouco absorvido pelo trato digestivo e com efeitos tóxicos que interferem na adesão do paciente. O estudo do novo fármaco “vem sendo realizado em parceria com o Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR/Fiocruz Minas), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e DNDi (sigla em inglês da Iniciativa para Doenças Negligenciadas) e com o Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Insumos para a Saúde (PDTIS/Fiocruz)”, informa a Agência Fiocruz de Notícias, que divulgou a notícia para a comunidade social e pesquisadores. No mundo, por ano, são um milhão e meio de casos novos da doença.

Leishmaniose Farmanguinhos

Farmacologia Clínica – Dispensação – Prescrição.

ANTIMONIATO DE MEGLUMINA.

Antienitum megluminum – 05587. Antimoniato de N-metilglucamina. Antimoniato de meglumina é constituído do sal de antimônio pentavalente de N-metilglucamina. Contêm no mínimo 26%, e no máximo, 28%, de antimônio pentavalente (Sb5+) em relação ao antimoniato de meglumina calculado em base tal qual.

DESCRIÇÃO.

Características físicas. Pó branco, levemente amarelo.

Solubilidade. Solúvel em água, praticamente insolúvel em etanol, éter etílico e clorofórmio.

IDENTIFICAÇÃO.

A. Dissolver 6g da amostra em 20 ml de água. Acidificar 2 ml dessa solução com ácido clorídrico SR e adicionar tioacetamida SR preparada no momento de uso. Forma-se precipitado alaranjado.

B. Dissolver 6g da amostra em 20 ml de água. Diluir 1 ml dessa solução com 9 ml de água. Acidificar com 5 ml de ácido sulfúrico 0,3% (V/V) e adicionar 4 ml de iodeto de potássio-cloreto de mercúrio SR. Após alguns segundos desenvolve-se coloração amarela.

ENSAIOS DE PUREZA.

pH (V.2.19). 5,5 a 7,5. Determinar em solução a 30% (p/V) em água isenta de dióxido de carbono.

Antimônio trivalente. Proceder à determinação por espectrofotometria de absorção atômica com geração de hidretos, sistema em batelada, atomização em cela de quartzo, comprimento de onda 217,6 nm e resolução do monocromador de 0,20 ± 0,10 nm.

Solução amostra: Preparar solução de antimoniato de meglumina a 0,3% (p/V) em água e diluir essa solução por um fator a 500 vezes com o mesmo solvente.

Solução padrão: Preparar solução de antimônio trivalente a 1000 mg/l, por diluição de tartarato de potássio e antimônio (C4H4KO7Sb.0,5H2O) em água.

Solução redutora: Preparar, imediatamente, a solução de tetraidroborato de sódio (NaBH4) a 1% (p/V), a partir, da diluição em solução de hidróxido de sódio 0,1% (p/V).

Solução de ácido cítrico: Preparar solução a 4% (p/V) em água.

Procedimento: Adaptar o frasco de reação no sistema gerador de hidretos, esperar 30 segundos para purga do sistema e proceder a determinação conforme demais recomendações do fabricante, específicas para o equipamento utilizado. O intervalo máximo para a mistura da solução amostra diluído ou da solução padrão com a solução de ácido cítrico, deverá ser de 5 segundos antes da introdução no equipamento. Construir a curva analítica com alíquotas de 0,1 ml de solução padrão de antimônio nas seguintes concentrações: 0,1; 0,2; 0,3; 0,4 e 0,5 mg/l, preparadas, diariamente, por diluição seqüencial com água. Colocar entre 0,20 ml e 0,80 ml da solução amostra diluída ou da solução padrão de antimônio no frasco de reação e adicionar 10 ml de solução de ácido cítrico. No máximo 0,04 mg de antimônio trivalente por mililitro da solução a 0,3% (p/V), correspondem a 1,33% de antimônio trivalente da substância analisada.

Metais pesados. As determinações deverão ser feitas por espectrofotometria de absorção atômica com forno de grafite ou geração de hidretos, por espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado ou por espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado. No máximo 9 mg/l na solução de antimoniato de meglumina a 30% (p/V), correspondente a 0,003% (30 ppm) de metais pesados na substância analisada, para o somatório da concentração dos seguintes elementos: alumínio, arsênio, bismuto, cádmio, chumbo, cobre, cromo, manganês, mercúrio, níquel e zinco.

DOSEAMENTO.

Proceder conforme descrito em Espectrofotometria de absorção atômica (V.2.13), Método I.

Empregar as seguintes condições: chama ar +acetileno, comprimento de onda 217,6 nm, resolução do monocromador de 0,20 ± 0,10 nm.

Solução amostra: Preparar solução de antimoniato de meglumina a 30% (p/V) em água e diluir, em seguida, por um fator de 2500 vezes com ácido clorídrico 6 M.

Solução padrão: Preparar solução de antimônio trivalente a 1000 mg/l, em água, utilizando tartarato de potássio e antimônio (C4H4KO7Sb.0,5H2O) grau analítico.

Procedimento: construir a curva analítica com solução padrão de antimônio nas seguintes concentrações: 10 mg/l, 20 mg/l, 30 mg/l, 40 mg/l e 50 mg/l por diluição seqüencial em ácido clorídrico 6 M. A partir da concentração de Sb determinada, calcular o teor de Sb no antimoniato de meglumina.

EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO.

Em recipientes bem-fechados.

ROTULAGEM.

Observar a legislação vigente.

CLASSE TERAPÊUTICA.

Antiprotozoário.

XII. 2. REAGENTES E SOLUÇÕES REAGENTES

Iodeto de potássio-cloreto de mercúrio SR.

Preparação – Dissolver 5 g de iodeto de potássio em 5 ml de água, adicionar pouco a pouco solução de cloreto solução de cloreto de mercúrio II (2,5 g dissolvidos em 10 ml de água) controlando-se a adição, para que o precipitado formado no início não fique completamente dissolvido. Deixar esfriar. Em seguida, adicionar solução de hidróxido de potássio (15 g dissolvidos em 30 ml de água), diluir com água e completar o volume de 100 ml e adicionar 0,5 ml da solução de cloreto de mercúrio II. Deixar decantar e usar o sobrenadante.

Solução redutora.

Preparação – Dissolver 5 g de tetraidroborato de sódio em 500 ml de hidróxido de sódio 1% (p/V).

Solução de ácido cítrico

Preparação – Dissolver 4 g de ácido cítrico em 1000 ml de água.

ANTIMONIAL PENTAVALENTE - (GLUCANTIME).

Apresentação de Glucantime: cx. de 25 amp. de 5 ml de sol. inj. a 300 mg/ml.

Informações sobre Glucantime: O antimoniato de meglumina apresenta atividade leishmanicida. O mecanismo de ação preciso dos antimoniais pentavalentes permanece incerto. É pressuposto que várias enzimas de Leishmania spp sejam inibidas seletivamente. Esses agentes também parecem inibir a fosfofrutoquinase, com subseqüente bloqueio da produção de adenosina trifosfato.

Indicações de Glucantime: Tratamento de Leishmaniose tegumentar americana ou cutâneo-mucosa e tratamento da Leishmaniose visceral ou calazar.

Contra-indicações de Glucantime: Glucantime (antimoniato de meglumina - antimoniato de N-metilglucamina) é contra-indicado em caso de hipersensibilidade ao antimoniato de meglumina e aos demais componentes do produto. É também contra-indicado em caso de insuficiência renal, cardíaca ou hepática.

Advertências sobre o uso de Glucantime: Deve-se administrar dieta rica em proteína durante o período de tratamento com Glucantime, e se possível, deve ser precedido de correção da deficiência de ferro ou de qualquer outra deficiência específica. Durante todo o tratamento, monitorizar as funções cardíaca (eletrocardiograma), hepática, renal e pancreática. Em caso de verificação de qualquer alteração, deve-se interromper o tratamento com Glucantime e proceder avaliação clínica e laboratorial. Em pacientes acima de 50 anos estes cuidados devem ser intensificados. Advertências Este produto contém sulfitos que podem provocar ou intensificar reações do tipo anafiláticas. O antimoniato de meglumina tem sido associado a baixa resposta em pacientes imunocomprometidos, com leishmaniose visceral, incluindo pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) ou infecção com o vírus HIV. Foi observada resposta clínica com anfotericina B em pacientes HIV-positivos com leishmaniose visceral que não responderam ao antimoniato de meglumina. No entanto, recomenda-se um intervalo mínimo de 10 dias após a utilização de antimonial pentavalente para se administrar anfotericina B. Evitar a administração concomitante de antimoniato de meglumina a outras drogas com características cardiotóxicas, hepatotóxicas, pancreatóxicas e nefrotóxicas.

Uso na gravidez de Glucantime: Não foram realizados estudos de teratogenicidade em animais. Não existem dados pertinentes atualizados sobre o potencial fetotóxico ou teratogênico do antimoniato de meglumina. Portanto, não é recomendada a administração de Glucantime durante a gravidez. Pacientes grávidas devem ser encaminhadas para serviços especializados (Centros de Referência). Amamentação Na ausência de estudos, a amamentação não é recomendada durante o tratamento com Glucantime. No entanto, o médico deve avaliar o risco/benefício da suspensão da amamentação nas situações em que o uso de substitutos para a nutrição adequada da criança não esteja garantido.

Reações adversas de Glucantime: Dores articulares, dores musculares, dor abdominal, cefaléia, mal estar geral, dispnéia, erupção cutânea, edema facial e alterações nos testes das funções hepática, renal e pancreática. Alterações no eletrocardiograma são dose-dependentes e geralmente reversíveis; na maioria dos casos, a inversão da onda T e o prolongamento do intervalo QT antecedem o início de uma arritmia grave.

Posologia de Glucantime: A prescrição deve ser baseada na administração de antimônio pentavalente. Cada ampola de 5 mL corresponde a 405 mg de antimônio pentavalente. Cada mL contém 81 mg/mL de antimônio pentavalente. O cálculo de dosagem é realizado em mg/Kg/dia/Sb+5: recomenda-se não ultrapassar 3 ampolas. Em situações especiais que seja necessário a utilização de uma dose maior, o tratamento deve ser realizado em serviços especializados (Centros de Referência). · Leishmaniose visceral: Administração parenteral (intravenosa ou intramuscular) de 20 mg/Kg/dia de antimônio pentavalente (Sb+5) durante 20 dias consecutivos. Em caso de recorrência, a critério médico, o tratamento pode ser reiniciado imediatamente com a mesma dose diária. Persistindo os sintomas, é necessário encaminhar o paciente para serviços especializados (Centros de Referência). · Leishmaniose tegumentar: - Lesões Cutâneas: Nas formas cutânea localizada e disseminada, a dose recomendada varia entre 10 a 20 mg de Sb+5/Kg/dia. Sugere-se 15 mg de Sb+5/Kg/dia tanto para o adulto quanto para crianças durante 20 dias consecutivos. Se não houver cicatrização completa no período de três meses (12 semanas) do término do tratamento, o esquema deverá ser repetido, prolongando-se, desta vez, a duração da série para 30 dias. Em caso de não resposta, utilizar uma das drogas de segunda escolha. Na forma difusa, a dose é de 20 mg de Sb+5/Kg/dia durante 20 dias consecutivos. São freqüentes as múltiplas recidivas, sendo necessário encaminhar o paciente para serviços especializados. - Lesões Mucosas: Em todas as formas de acometimento mucoso, a dose recomendada é de 20 mg de Sb+5/Kg/dia durante 30 dias consecutivos, de preferência em ambiente hospitalar. Se não houver cicatrização completa no período de três meses (12 semanas) do término do tratamento, o esquema deverá ser repetido apenas uma vez. Em caso de não resposta, utilizar uma das drogas de segunda escolha. Modo de aplicação: As aplicações devem ser feitas por via parenteral (intravenosa ou intramuscular). Evitar atividades físicas intensas durante o tratamento. A via intramuscular pode apresentar o inconveniente da dor local. Sugere-se, então, alternância dos locais de aplicação, preferindo-se a região glútea. Por via intravenosa, não há necessidade de diluição e a aplicação, com agulha fina (calibre 25x8), deve ser lenta (duração de 5 minutos). Esta é a melhor via, pois permite a aplicação de doses mais adequadas e não tem o inconveniente da dor local.

Superdosagem de Glucantime: Em caso de superdosagem, podem ocorrer: alterações hepáticas (icterícia grave), renais (insuficiência renal aguda), cardíacas (bradicardia, prolongamento do intervalo QT, achatamento ou inversão da onda T), hematopoiéticas (anemia, agranulocitose), neurológicas (polineuropatias).

ANÁLISE I.

Antimoniato de meglumina (antimoniato de N-metilglucamina)

APRESENTAÇÕES: Solução injetável: 25 ampolas com 5 mL de solução aquosa a 300 mg/mL.

USO INTRAVENOSO OU INTRAMUSCULAR. USO ADULTO E PEDIÁTRICO.

COMPOSIÇÃO.

Cada ampola (5 mL) contém: 1,5 g* de antimoniato de meglumina (antimoniato de N-metilglucamina). Excipientes: metabissulfito de potássio, sulfito de sódio, água para injeção.

CADA AMPOLA DE 5 ML CONTÉM 405 MG DE ANTIMÔNIO PENTAVALENTE (Sb+5), CORRESPONDENDO A 81 MG/ML. 1,5 g não deve ser utilizado para cálculo do medicamento. A prescrição é baseada no antimônio pentavalente (Sb+5). Cada 1,5 g de antimoniato de meglumina contém 405 mg de Sb+5.

INDICAÇÕES - Este medicamento Antimoniato de meglumina(antimoniato de N-metilglucamina) é destinado ao tratamento de Leishmaniose tegumentar americana ou cutâneo-mucosa e tratamento da Leishmaniose visceral ou calazar.

RESULTADOS DE EFICÁCIA - A eficácia clínica do antimoniato de meglumina depende da adequação na dose; 20 mg SbV/Kg/dia IM ou IV por 20 a 28 dias é recomendado para todas as formas de leishmaniose (Anon, 1992c). Antimoniato de meglumina intramuscular foi eficaz em erradicar leishmaniose cutânea em um estudo clínico aberto. Cento e cinco pacientes com leishmaniose cutânea causada por Leishmania (L) mexicana (96%) ou L. braziliensis (4%) receberam doses únicas diárias via IM de antimoniato de meglumina 1.5 gramas (g) até a cicatrização. Média de 25.1 doses foi necessária para obter remissão completa das lesões. Não houve sinais de recaída em 12 meses de seguimento após término do tratamento. (Vargas-Gonzalez et al, 1999) Taxas de cura e tempo até a cura são discretamente melhores com injeções a cada 3 dias de antimoniato de meglumina comparado com injeções semanais. Entretanto, o regime semanal foi considerado mais favorável em termos de custo e facilidade de administração baseado em um estudo Iraniano aberto (n=52). O grupo 1 (n=35) teve um total de 59 lesões; eles receberam infiltração intralesional de antimoniato de meglumina a cada 3 dias totalizando 6 injeções. O grupo 2 (n=17) tinha 31 lesões e recebeu antimoniato de meglumina uma vez por semana totalizando 3 injeções. No total, 34 dos 35 pacientes no grupo 1 (97%) foram curados em uma média de 18 dias e 16 dos 17 pacientes no grupo 1 (94%) foram curados em uma média de 21 dias. A quantidade média de antimoniato de meglumina no grupo 1 foi de 1080 mg, comparada com 540 mg por lesão no grupo 2. Baseado nos custos da medicação e sua administração, os investigadores recomendaram que para o tratamento da leishmaniose cutânea a infiltração intralesional de antimoniato de meglumina fosse feita semanalmente. (Radmanesh et al, 1998). Infiltração perilesional de antimoniato de meglumina (1 a 3 mL de Glucantime uma vez por semana por 5 semanas) demonstrou eficácia superior em leishmaniose cutânea quando comparado ao uso intralesional de interferon. (Harms et al, 1991). Antimoniatos (antimoniato de meglumina e stibogluconato de sódio) usados em combinação com paromomicina foram eficazes em reduzir a duração do tratamento para leishmaniose visceral epidêmica no sudeste do Sudão. (Wilson & Streit, 1996) Uma combinação de alopurinol via oral (15 mg/Kg/dia) e antimoniato de meglumina IM (15 mg SbV/Kg/dia) tem sido eficaz no tratamento da leishmaniose visceral infantil (L infantum) em crianças sem tratamento prévio numa area endêmica da Itália aonde é freqüente a resistência a antimoniais isolados. (di Martino ET al, 1990).

CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS.

Farmacodinâmica: O antimoniato de meglumina apresenta atividade leishmanicida. O mecanismo de ação preciso dos antimoniais pentavalentes permanece incerto. É pressuposto que várias enzimas de Leishmania spp sejam inibidas seletivamente. Esses agentes também parecem inibir a fosfofrutoquinase, com subseqüente bloqueio da produção de adenosina trifosfato.

Farmacocinética: Mais que 80% da dose administrada é excretadas dentro de 24 horas na urina na forma inalterada. É eliminada em duas fases. Na primeira fase, a meia-vida é pequena e aproximadamente de 2 horas e na segunda fase, a meia-vida é mais lenta, cerca de 76 horas.

CONTRAINDICAÇÕES - Hipersensibilidade ao antimoniato de meglumina e aos demais componentes do produto. Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com: insuficiência renal, cardíaca ou hepática.

ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES.

ADVERTÊNCIAS - Este produto contém sulfitos que podem provocar ou intensificar reações do tipo anafiláticas.

AVALIAÇÃO DA TOLERÂNCIA E NEFROTOXICIDADE DO ANTIMONIAL PENTAVALENTE ADMINISTRADO NA DOSE DE 40mg sbV/kg/DIA, DE 12/12h, POR 30 DIAS NA FORMA CUTÂNEO-MUCOSA DE LEISHMANIOSE.

A leishmaniose cutânea acomete cerca de 300.000 a 400.000 pessoas no mundo a cada ano constituindo um problema na área de saúde pública em diversos países. Os antimoniais pentavalentes permanecem como a base terapêutica e por causa da ocorrência de casos que não responderam aos esquemas descontínuos ou seriados de antimoniais, diversos pesquisadores clínicos buscou aplicá-los em esquemas ininterruptos. Mesmo com a utilização de 20mg de SbV/kg/dia de modo contínuo por 30 dias o percentual de cura clínica observado variou de 63 a 75% em doentes com forma mucosa acompanhados por um ano. A existência de casos com resposta terapêutica insatisfatória aos antimoniais estimulou a busca de novas drogas ou mesmo a revisão das doses comumente prescritas dos mesmos. A dose de 40mg de SbV/kg/dia já havia sido empregada em esquema seriado por Cucé e cols em 19826. Em 1987, Bryceson sugeriu esta dose como uma possibilidade terapêutica a ser empregada nos casos de leishmaniose mucosa. Em doses padrões os antimoniais podem apresentar efeitos tóxicos manifestando-se com alterações eletrocardiográficas, elevação de enzimas hepáticas e alterações da função renal. Diversos pesquisadores observaram, de modo a avaliar a eficácia e os efeitos colaterais com ênfase na nefrotoxicidade, pesquisas indicaram 11 pacientes com forma cutâneo-mucosa, tratados com dose de 40mg de SbV/kg/dia (Glucantime® aplicada duas vezes ao dia durante 30 dias. Ao concluírem os estudos abaixo referenciados, os cientistas clínicos concluírem...”os resultados do presente estudo sugerem que na dose de 40mgSbV/Kg/dia, aplicada duas vezes ao dia, o antimonial pentavalente foi menos tolerado, do ponto de vista de seus efeitos nefrotóxicos, sem aparentemente apresentar índice de cura superior ao esquema atualmente preconizado de 20mg SbV/Kg/dia”.

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Patologia.

Muitos protozoários causam doenças nos seres humanos. Entre elas, está à amebíase ou disenteria amebiana, a doença de Chagas, a úlcera de Bauru, a giardíase e a malária. O homem adquire a amebíase ou disenteria amebiana ao ingerir água ou alimentos contaminados por uma ameba, a (1)Entamoeba histolytica. Esta ameba parasita principalmente o intestino grosso dos seres humanos, onde provoca ulcerações e se alimenta de glóbulos vermelhos do sangue. No intestino, essa ameba se reproduz assexuadamente por cissiparidade e, algumas delas, formam cistos, estruturas que possuem uma membrana resistente e que contêm alguns núcleos celulares. Eliminados com as fezes, os cistos podem contaminar a água e alimentos diversos, como as verduras. Se forem ingeridos, esses cistos se rompem no tubo digestivo, libertando novas amebas, que recomeçam um novo ciclo. As pessoas com amebíase eliminam fezes líquidas, às vezes com sangue e quase sempre acompanhadas de fortes dores abdominais. Para evitar essa doença é necessário ferver a água que se vai beber e lavar muito bem as verduras e frutas, além de cuidados higiênicos, como a lavagem de mãos, principalmente antes das refeições. (1)Entamoeba histolytica.

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A doença de Chagas é causada pelo tripanossomo (Trypanosoma cruzi), protozoário que vive no intestino de um percevejo sugador de sangue, conhecido popularmente como barbeiro. Esse percevejo vive em frestas de paredes, chiqueiros e paióis. À noite, saem de seus esconderijos e vão sugar o sangue das pessoas que dormem. Quando alguém é picado(2-Criança com chagoma característico no olho direito e edema da pálpebra: o sinal de Romaña)pelo percevejo pode contrair a doença da seguinte forma: durante a picada, o barbeiro infestado elimina fezes contendo o tripanossomo. Coçando o local da picada, a pessoa espalha as fezes do barbeiro e introduz o parasita em seu organismo, através do pequeno orifício feito pela picada. Uma vez na corrente sangüínea, o tripanossomo atinge o coração. Ali ele se fixa, podendo causar a morte da vítima. As principais medidas para evitar a doença de Chagas consistem em substituir moradias de barro e de madeira por outras de tijolos, que não tenham frestas onde o barbeiro possa se esconder; e exigir, em transfusões de sangue, a garantia de que o sangue doado não esteja contaminado com tripanossomos. A relação sexual é uma forma de transmissão nunca comprovada na espécie humana, porém já foram encontrados tripomastigotas em menstruação de mulheres com chagas e no esperma de cobaias infectadas(NEVES. David Pereira. Parasitologia Humana. São Paulo:Atheneu, 2000).http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2004/microorganismos/Image6.jpg

Iconografia: Tripanossoma cruzy no sangue de um paciente infectado.

(2-Criança com chagoma característico no olho direito e edema da pálpebra: o sinal de Romaña).

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7a/Chagoma.jpg/200px-Chagoma.jpgA doença tem uma fase aguda, de curta duração, que em alguns doentes progride para uma fase crônica. Dentre os sintomas possíveis na fase aguda estão: Febre; Mal-estar; inflamação e dor nos gânglios linfáticos; Vermelhidão; Sinal de Romaña (inchaço nos olhos); aumento do fígado e do baço; Problemas cardíacos; Diarreia. Porém a fase aguda é frequentemente pouco sintomática, geralmente passando despercebido, motivo pelo qual é tão difícil fazer a prevenção adequada de Chagas. A incubação dura de uma semana a um mês após a picada. No local da picada pode-se desenvolver uma lesão volumosa, o chagoma, local eritematosa (vermelha), inflamação e dor nos gânglios e edematosa (inchada). Se a picada for perto do olho é frequente a conjuntivite com edema da pálpebra, também conhecido por sinal de Romaña. Raramente ocorre também infecção da meninge. Entre 20 a 60% dos casos agudos se transformam, em 2 a 3 meses, em portadores com parasitas sanguíneos continuamente, curando-se os restantes. No entanto, em todos os casos param os sintomas após cerca de dois meses. Muitos, mas não todos, os portadores do parasita desenvolvem sintomas devido à doença crônica. O caso crônico permanece assintomático durante cinco a trinta anos. No entanto neste período de bem-estar geral, o parasita está a reproduzir-se continuamente em baixos números, causando danos sérios a órgãos como baço, intestino, sistema nervoso, coração, e causa também pequenos danos no pulmão. O fígado também é afetado, mas como é capaz de regeneração, os problemas são raros. O resultado é apenas aparente após uma ou duas décadas de progressão, com aparecimento gradual de demência (3% dos casos iniciais), cardiomiopatia (em 30% dos casos), ou dilatação do trato digestivo, conhecidas como megaesófago ou megacólon (6% dos casos iniciais), devido à destruição da inervação e das células musculares destes órgãos, responsável pelo seu tónus muscular. No cérebro há frequentemente formação de granulomas. Neste estágio a doença é frequentemente fatal, mesmo com tratamento, geralmente devido à cardiomiopatia (insuficiência cardíaca). No entanto o tratamento pode aumentar a esperança e qualidade de vida. Há ainda infrequentemente casos de morte súbita, quer em doentes agudos quer em crônicos, devido à destruição pelo parasita do sistema condutor dos batimentos no coração ou danos cerebrais em áreas críticas.

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Triatoma infestans, um dos insetosbarbeiros transmissores da doença de Chagas.

Os principais barbeiros hematófagos (que se alimentam de sangue) da subfamília Triatominae (família Reduviidae) das espécies pertencentes aos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus, sendo os principais vetores o: Triatoma infestans; Triatoma brasiliensis; Triatoma pseudomaculata; Triatoma sordida e o; Panstrongylus megistus. O barbeiro é o principal vetor da doença, responsável por mais de 50% dos casos, e habitando 11 estados brasileiros. Se infecta ao sugar o sangue de um organismo infectado. No intestino do vetor, o tripomastigoto se transforma em epimastigoto que então se reproduz. O tripomastigoto não se reproduz. O homem por sua vez, é infectado pelas fezes ou urina contaminadas do Triatomíneo (barbeiro no Brasil) que, enquanto suga o sangue, defeca nesse mesmo local. O DDT ainda é usado no controle dos percevejos apesar de sua toxicidade. Os insetos ainda não apresentaram resistência aos inseticidas o que é importante para o combate ao vetor da doença de chagas. Em florestas densas esses percevejos são controlados por seus predadores naturais (como sapos e lagartos), porém em áreas recém devastadas e rurais eles se reproduzem rapidamente sem a ameaça dos predadores.

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O Rhodnius prolixus também é um perigoso vetor da doença, principalmente nas áreas próximas da floresta Amazônica.

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'Trypanosoma cruzi' visto no plasma sanguíneo usando um microscópio.

Farmacologia Clínica. Medicamentos.

Na fase inicial aguda, a administração de fármacos como nifurtimox, alopurinol e Benzonidazol curam completamente ou diminuem a probabilidade de cronicidade em mais de 80% dos casos. A fase crônica é incurável, já que os danos em órgãos como o coração e o sistema nervoso são irreversíveis. Tratamento paliativo pode ser usado. Segundo a DNDi, o mal de Chagas, juntamente com a doença do sono e a leishmaniose, está entre as doenças "extremamente negligenciadas", basicamente em razão da extrema pobreza dos pacientes - que, assim, estão fora do mercado da indústria farmacêutica. A Cardiopatia chagásica crônica (CCC), é uma das principais complicações na doença de Chagas. Trata-se de uma inflamação e destruição progressiva do tecido cardíaco, levando a alterações da condução dos impulsos elétricos no coração e arritmias. Paralelamente, ocorre um progressivo afinamento do músculo cardíaco, levando à dilatação das cavidades do coração, tendo como conseqüência a incapacidade de bombear adequadamente o sangue para o organismo, um quadro chamado de insuficiência cardíaca congestiva. Dessa forma, a CCC freqüentemente tem um curso fatal, uma vez que o tratamento é apenas sintomático e a possibilidade de realização de transplantes cardíacos é bem menor que a demanda. Em 1999 existiam cerca de 2 milhões de pacientes acometidos de CCC no Brasil. A CCC é a indicação mais comum para o implante de marca-passos cardíacos artificiais em nosso país. Nos pacientes com insuficiência cardíaca refratária, o único caminho é o transplante cardíaco, um procedimento dispendioso e inacessível a boa parte da população brasileira. Estudos com animais experimentalmente infectados indicaram que o tratamento com drogas anti-T. cruzi não parece evitar a progressão da cardiopatia. Cerca de 5% a 8% dos infectados desenvolvem alterações no tubo digestivo (os chamados megaesôfago e megacólon, aparentemente por destruição dos neurônios que controlam sua motilidade, esses problemas digestivos dificilmente levam ao óbito. Felizmente o coeficiente de mortalidade específica para doença de Chagas caiu de 5,2/100.000 habitantes, em 1980, para 3,5/100.000 em 1997, e segue em queda a cada ano(Fundação Oswaldo Cruz Acessado em 2 de maio de 2013; http://www.drauziovarella.com.br/Sintomas/239/doenca-de-chagas; Teixeira AR, Monteiro PS, Rebelo JM (2001). "Emerging Chagas disease: trophic network and cycle of transmission of Trypanosoma cruzi from palm trees in the Amazon". Emerging Infect Dis 7 (1): 100–12. doi:10.3201/eid0701.010115. PMC 2631687. PMID 11266300.; Márcio C. Vinhaes, João Carlos Pinto Dias. Doença de Chagas no Brasil. Cad. 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Carlos Chagas, em seu laboratório no Instituto Oswaldo Cruz.

Doença que ataca a pele e as mucosas dos lábios e do nariz produzindo muitas feridas, a úlcera de Bauru é provocada pela Leishmania brasiliensis, um protozoário parecido com o tripanossomo. Transmitida pela picada do mosquito flebótomo, a doença é conhecida com esse nome, porque foi muito comum na cidade de Bauru, em anos passados. Leishmania braziliensis é uma espécie de protozoário flagelado da família Trypanosomatidae. A espécie é o agente etiológico da leishmaniose mucocutânea do Novo Mundo. Está classificada no subgênero Viannia. A espécie foi descrita em 1911 por Gaspar Vianna como Leishmania braziliensis(LAINSON, R.; SHAW, J.J. (1987). Evolution, classification and geographical distribution. In: The Leishmaniases in Biology and Medicine, Vol. 1 (W. Peters and R. Killick-Kendrick, eds), pp. 1–120. London: Academic Press; VIANNA, G.. (1911). "Sobre uma nova especie de Leishmania (Nota Preliminar)". Bras Med. 25: 411). Podemos ainda conceituar a Leishmania como um gênero de protozoários da família Trypanosomatidae, que inclui os parasitas causadores das leishmanioses. O gênero é dimórfico, possuindo duas formas principais, a amastigota intracelular e a promastigota flagelada. O ciclo de vida é heteroxênico com um hospedeiro invertebrado e outro vertebrado. As espécies são transmitidas através de mosquitos do gênero Phlebotomus no Velho Mundo, e do gênero Lutzomyia no Novo Mundo. Seus hospedeiros primários são mamíferos e répteis, afetando principalmente edentados, híraces, roedores, canídeos e humanos.

Forma amastigota de Leishmania donovani em uma célula da medula óssea.

Iconografia: Forma amastigota de Leishmania donovani em uma célula da medula óssea.

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Iconografia: Amastigota.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8b/LeishmaniaMexicana_Promastigote_SEM.jpg/100px-LeishmaniaMexicana_Promastigote_SEM.jpg

Iconografia Promastigota.

Informações sobre a Leishmaniose Cutâneo-Mucosa.

Causador: Leishmania braziliensis.

Hospedeiro intermediário: inseto do gênero Lutzomyia conhecido como birigüi ou mosquito palha. Faz parte do grupo de insetos conhecidos vulgarmente por flebótomos.

http://www.ocorpohumano.com.br/img/leish_sc3008.jpg
(
Lutzomyia longipalpis)

http://www.ocorpohumano.com.br/img/leish_flebotomo_fer.jpg
(
Lutzomyia longipalpis)

http://www.ocorpohumano.com.br/img/lutzo_asa.jpg
(detalhe da asa "lancelolada" do
Lutzomyia sp.)

Hospedeiro definitivo: homem. No Brasil, a Leishmaniose ocorre comumente no Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Há mais de 12 milhões de infectados em todo o mundo.

http://www.ocorpohumano.com.br/img/amastlei.jpg
(formas amastigostas do
Leishmania spp.)

http://www.ocorpohumano.com.br/img/promastigota1.jpg
(forma promastigota do
Leishmania sp. - note o flagelo)

http://www.ocorpohumano.com.br/img/leishmania_donovani_pro.jpg
(forma promastigota do
Leishmania donovani - responsável pela leishmaniose visceral - note o flagelo

Depois de infectadas pessoas podem apresentar feridas como as expostas:

http://www.ocorpohumano.com.br/img/leishmaniose_pseudolepromatoes.jpg http://www.ocorpohumano.com.br/img/leishmaniose_ferida.gif

http://www.ocorpohumano.com.br/img/leishmaniose_homem.jpghttp://www.ocorpohumano.com.br/img/leishmaniose_ferida2.jpg

Na leishmaniose visceral humana, os primeiros sintomas podem ser associados ao descamamento da pele - com destaque para regiões em torno do nariz, boca, queixo e orelhas, sendo frequentes também no couro cabeludo, onde estes são geralmente confundidos com caspa; e ao aparecimento de pequenos calombos semiesféricos sob o couro cabeludo, geralmente sensível ao toque. Tais calombos surgem e desaparecem com frequência sem, contudo implicarem, de forma geral, mas não restritivas feridas. Não obstante, por incômodo, estes podem evoluir para lesões mediante traumas induzidos pelas unhas ou mãos do próprio paciente; tais lesões geralmente cicatrizam-se, em princípio, de forma normal. Alterações nos níveis de ácido úrico que não associam-se adequadamente às causas típicas desta anomalia - a exemplo bem notórias mesmo em pacientes vegetarianos - e que acabam por implicar sintomas muito semelhantes aos da gota - bem como alterações na quantificação de enzimas associadas ao fígado - como a gama glutamil transferase e transaminase pirúvica - passam a ser detectáveis em exames de sangue. O escurecimento da pele, que deu à doença seu nome comum na Índia, não aparece na maioria dos casos de doença, e os outros sintomas são muito fáceis de confundir com os da malária. Com a evolução da doença os sintomas mais típicos incluem o aumento do baço ou esplenomegalia, sendo este geralmente também acompanhado do aumento do fígado ou hepatomegalia e dos glânglios linfáticos ou adenomegalia, detectável via inspeção clínica direta ou de forma mais precisa, via ultrassonografia do abdómen. Se deixado sem tratamento a doença evolui para um quadro crítico caracterizado por rápido e intenso emagrecimento, intensa palidez cutâneo-mucosa, dor abdominal, ausência de apetite, apatia e febre alta, irregular, intermitente e crônica - com duração superior a dez dias - fase na qual o paciente geralmente é levado a procurar o médico. Nesta fase os hemogramas geralmente revelam, entre outras anomalias, os níveis de albumina e contagem de leucócitos significativamente alterados, sendo notórias as acentuadas anemias, leucopenia e trombocitopenia. A mortalidade da doença uma vez atingida o estado mais avançado é consideravelmente aumentada por seus sintomas serem facilmente confundidos com os de outras patogenias. Nesta fase, se deixada sem tratamento, a doença quase sempre implica a morte do paciente. O erro no diagnóstico é perigoso, pois, sem tratamento, a taxa de mortalidade para kala-azar está próxima a 100%(Leishmaniose visceral -Calazar. Maria da Conceição Correia. mccorreia.com (19 de agosto de 2011). Página visitada em 6 de outubro de 2013; MARKELL, Edward K.; JOHN, David T.; KROTOSKI, Wojciech A. - Markell & Vogue Parasitologia Médica. 8ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003; PELLON, A. B. e TEIXEIRA I – Distribuição geográfica da Esquistosomose Mansônica no Brasil – Publicação do Ministério da Educação e Cultura, 1950.; 2. ARAGÃO, T.C. - Relatórios dos serviços realizados no pavilhão do Kala-azar de Sobral, 1953.; ARAGÃO, T.C. - Surto de leishmaniose visceral na zona norte do Ceará, 1954.; DEANE, M. P. – Sôbre a distribuição do Phlebotomus longipalpis transmissor da Leishmaniose Visceral, em uma zona endêmica do Estado do Ceará – I – Distribuição, predominância e variação estacional. Rev. Brasil. Biol. 15(1):83-95, 1955; GONTIJO, Célia Maria Ferreira and MELO, Maria Norma. Leishmaniose visceral no Brasil: quadro atual, desafios e perspectivas. Rev. bras. epidemiol. [online]. 2004, vol.7, n.3 [cited 2011-06-13], pp. 338-349).

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d0/Vianna.jpg/220px-Vianna.jpgGaspar Vianna (1885–1914) em laboratório do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (antes de 1915). Deve-se entre outros a Gaspar Vianna o tratamento e cura das Leishmanioses.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/41/Coleta_material_calazar_canino.jpg/220px-Coleta_material_calazar_canino.jpgCalazar canino: coleta de material

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4a/CanineVisceralLeishmaniasis.png/220px-CanineVisceralLeishmaniasis.pngCachorro com leishmaniose visceral exibindo os sintomas típicos associados à doença na espécie: unhas grandes, emagrecimento intenso, abdômen inchado. Há lesões na região do focinho, nariz. Na ponta das orelhas formam-se lesões secas e esbranquiçadas, sem pelos.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/24/JerichoButtons.jpg/220px-JerichoButtons.jpg

Forma cutânea de leishmaniose, dita "de Jericó", dada a sua frequência na região deJericó.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b4/Palpa%C3%A7%C3%A3o_linfonodo.jpg/220px-Palpa%C3%A7%C3%A3o_linfonodo.jpg

Palpação de linfonodo

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8b/Diagnostico_sorologico_de_calazar_canino.JPG/220px-Diagnostico_sorologico_de_calazar_canino.JPG

Diagnóstico sorológico de calazar canino

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/67/Skin_ulcer_due_to_leishmaniasis%2C_hand_of_Central_American_adult_3MG0037_lores.jpg/190px-Skin_ulcer_due_to_leishmaniasis%2C_hand_of_Central_American_adult_3MG0037_lores.jpg

Leishmaniose cutânea na mão de um adulto.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/36/Ultrasonografia_Hepatomegalia_Paciente_com_leishmaniose.jpeg/200px-Ultrasonografia_Hepatomegalia_Paciente_com_leishmaniose.jpegUltrassonografia evidenciando hepatomegalia em paciente diagnosticado com leishmaniose visceral.

REFERÊNCIA TEXTUAL.

A medula óssea, também conhecida como tutano, é um tecido gelatinoso que preenche a cavidade interna de vários ossos e fabrica os elementos figurados do sangue periférico como: hemácias, leucócitos e plaquetas. A medula óssea é, um órgão hematopoiético. Ela é constituída pelas linhagens que originam os três elementos citados acima, de células que tomam parte na fabricação do osso (osteoblastos e osteoclastos), de células e fibras que compõem uma malha para sustentar todas as células referidas (fibras e células reticulares). É onde estão as células progenitoras das células sanguíneas. Ali também têm origem as alterações que vão ser responsáveis por inúmeras doenças. No homem adulto sadio produz cerca de 2,5 bilhões de eritrócitos, 2,5 bilhões de plaquetas e 1,0 bilhão de granulócitos por kg de peso corporal. A medula óssea é constituída por um tecido esponjoso mole localizado no interior dos ossos longos. É nela que o organismo produz praticamente todas as células do sangue: glóbulos vermelhos (Eritrócitos), glóbulos brancos (Leucócitos) e plaquetas (Trombócitos). Estes componentes do sangue são renovados continuamente e a medula óssea é quem se encarrega desta renovação. Trata-se, portanto de um tecido de grande atividade evidenciada pelo grande número de multiplicações celulares. A medula óssea mantém-se em atividade intensa e ininterrupta para produzir células sanguíneas e para isso depende de abundante e contínuo suprimento de substâncias. Para elaborar novos glóbulos vermelhos ela aproveita restos de glóbulos vermelhos envelhecidos e destruídos, ferro contido na hemoglobina é reaproveitado.

Gray72.png

Iconografia: Das células da medula óssea. Medulla ossium.

Ao nascermos todos os nossos ossos contêm medula capaz de produzir sangue: a "medula vermelha". Com a passagem dos anos, a maior parte da medula vai perdendo sua função, sendo substituída por tecido gorduroso que passa a ser chamada de "medula amarela". No adulto apenas alguns ossos continuam exercendo essa função: as costelas, o corpo das vértebras, as partes esponjosas de alguns ossos curtos e das extremidades dos ossos longos dos membros superiores e inferiores, assim como o interior dos ossos do crânio e do esterno. Os outros ossos do esqueleto do adulto possuem medula amarela e, portanto, em condições normais, são incapazes de produzir sangue. Quando há uma necessidade maior, como no caso de uma anemia, parte desta medula óssea amarela pode voltar a produzir células sanguíneas. Diversas doenças podem alterar a arquitetura da medula óssea. Entre elas se destacam: Aplasia de medula óssea; Síndrome mielodisplásica; Anemia aplástica; Leucemia; Leucemia mielóide aguda; Trombofilia; Mieloma múltiplo; Linfoma. A medula óssea também pode ser doada para transplante. O processo baseia-se no transplante das células hematopoiéticas.

Ficheiro:Bone marrow biopsy.jpg

Transplante de medula óssea ou transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) é um procedimento médico da área da hematologia e oncologia que envolve o transplante de células tronco hematopoiético proveniente da medula óssea do doador. Esse procedimento é indicado principalmente em doenças da medula óssea e certos tipos de câncer hematológicos. O TMO surgiu na década de 1970, graças ao pioneirismo de E. Donnall Thomas e colaboradores, reconhecido mais tarde com o Prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina. A principal característica desse procedimento e o que a difere da maioria dos transplantes de órgãos é que no TMO o receptor recebe por via endovenosa um aspirado de células de medula óssea do doador, e essas células migram pelo sangue até se fixarem na medula óssea do receptor e voltarem a se multiplicar e cumprir suas funções fisiológicas no hospedeiro. Apesar de aparentemente simples, ainda é um procedimento de risco e está indicado apenas em doenças graves. As principais complicações são infecções, recidivas da doença anterior e a doença do enxerto versus hospedeiro (graft versus host disease - GVHD), aonde as novas células do sistema imunológico, ao não reconhecer as células do hospedeiro, passa a destruí-las como se fossem uma infecção.

Condições tratadas com TMO.

Adquiridas.

  1. Leucemia linfóide aguda.
  2. Leucemia mielóide aguda.
  3. Anemia aplástica.
  4. Leucemia mieloide crônica - fase acelarada ou crise blástica.
  5. Linfoma de Hodgkin.
  6. Mieloma múltiplo.
  7. Síndrome mielodisplásica.
  8. Linfoma não-Hodgkin.
  9. Hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) - aplasia severa.

Congênitas.

  1. Adrenoleucodistrofia.
  2. Síndrome de Hurler.
  3. Doença de Krabbe.
  4. Leucodistrofia metacromática.
  5. Talassemia.
  6. Linfohistiocitose hemofagocítica - (LHH).
  7. Síndrome de Wiskott-Aldrich.
  8. Alguns erros inatos do metabolismo.

Diversos exames de medula óssea podem ser realizados através de biópsia para diagnóstico de uma doença. O mielograma é um dos exames para avaliação da medula óssea. Como a medula óssea está localizada anatomicamente no interior dos ossos, o mielograma é realizado através de uma punção óssea, seguida de aspiração, sendo realizada sob anestesia local (pode-se também usar sedação e/ou analgesia sistêmica). Os ossos mais abordados são o ilíaco, o esterno e a tíbia (este último em crianças). Outro exame que complementa a avaliação da medula óssea é a biópsia de medula (BMO), realizada através de técnica semelhante. Entretanto, a BMO é contra-indicada no esterno, sendo o local preferencial a crista ilíaca posterior, localizada na pelve. O mielograma tem a finalidade de estudar qualitativa e quantitativamente as células germinativas sanguíneas (células hematopoiéticas). Tal estudo mostra direta ou indiretamente, como se comporta a geração das hemácias, plaquetas e leucócitos, podendo ser exame diagnóstico em determinados tipos de neoplasias (leucemias), displasias (síndrome mielodisplásica, por exemplo) ou aplasias sanguíneas, onde encontramos pancitopenia(JUNQUEIRA, L.C. CARNEIRO, José. Histologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. ISBN 85-277-0906-6).

O ciclo de vida do parasita Leishmania é heteroxênico, necessitando de dois tipos de hospedeiro, um inseto e outro vertebrado. A Leishmania é transmitida para o vertebrado através da picada de um inseto hematófago. O inseto injeta sangue com a forma infecciosa, os promastigotas, no vertebrado. Os promastigotas sofrem fagocitose por macrófagos e se transformam em amastigotas. Estas se multiplicam por divisão binária simples aumentando o número de parasitos no interior do macrófago, que pela quantidade de amastigotas e pela destruição citoplasmática produzida, rompe-se liberando os parasitas no meio intercelular ou corrente sanguínea, fazendo com que outras células sejam infectadas. O inseto se contamina ao ingerir sangue com células parasitadas por amastigotas. No intestino, os parasitas são liberados e se transformam em promastigotas. Essas formas se multiplicam por mitose no intestino médio ou posterior, dependendo da espécie da Leishmania, e migram para a região da probóscide do vetor. O inseto ao realizar outra picadura repassa os promastigotas, completando o ciclo.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e0/Leishmaniasis_life_cycle_diagram_en.svg/400px-Leishmaniasis_life_cycle_diagram_en.svg.png

As espécies do gênero determinam doenças do sistema fagocítico mononucleares causando um complexo de patologias denominado de leishmaniose. Em vista, das doenças apresentarem características clínicas e epidemiológicas diversas, em cada área geográfica, foram consideradas entidades distintas, sendo agrupadas em quatro grupos: leishmaniose cutânea, leishmaniose mucocutânea, leishmaniose cutânea difusa e leishmaniose visceral.

Espécies de importância médica quanto a forma clínica da doença e área de distribuição

Forma clínica

Agente(s) etiológico(s)

Velho Mundo

Cutânea

Leishmania aethiopica; Leishmania major; Leishmania tropica

Difusa

Leishmania aethiopica

Visceral

Leishmania donovani; Leishmania infantum

Novo Mundo

Cutânea

Leishmania amazonensis; Leishmania braziliensis; Leishmania guyanensis; Leishmania lainsoni; Leishmania mexicana; Leishmania naiffi; Leishmania panamensis; Leishmania peruviana; Leishmania shawi; Leishmania venezuelensis

Difusa

Leishmania amazonensis; Leishmania mexicana; Leishmania pifanoi*

Mucosa

Leishmania braziliensis

Visceral

Leishmania infantum (chagasi)

A classificação das espécies de Leishmania foi inicialmente baseada em parâmetros ecos-biológicos como vetores, distribuição geográfica, trofismo, propriedades antigênicas e manifestações clínicas. Entretanto, análises bioquímicas e moleculares demonstraram que os critérios patológicos e geográficos eram freqüentemente inadequados e assim outros parâmetros como DNA cinetoplástico, proteínas e antígenos começaram a serem usados para fins taxonômicos. Atualmente uma combinação de critérios biológicos, imunológicos, bioquímicos e moleculares é usada para identificar e classificas as espécies de Leishmania (Referência Bibliográfica: DEDET, J.-P.. Current Status os Epidemiology of Leishmaniasis. In: FARRELL, J.. Leishmania. [S.l.]: Springer, 2002. 193 p. ISBN 9781402070365; NEVES, D.P.. Parasitologia Humana. 11 ed. [S.l.]: Atheneu, 2001. 518 p. ISBN 8573797371; REY, L.. Leishmânia e Leishmanioses: os Parasitos. In: REY, L. (ed.). Parasitologia. 2 ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 1991. 182-192 p.; DEDET, J.-P. ;PRATLONG, F.. Leishmanisasis. In: COOK, G.C.; ZUMLA, A.L.. Manson's Tropical Diseases. 22 ed. [S.l.]: Saunders, 2009; ROSS, R.. (1903). "Further notes on Leishman's bodies". The British Medical Journal 2 (2239) pp. 1401. LAVERAN, A.; MESNIL, F.. (1903). "Sur un Protozoaire nouveau (Piroplasma donovani, Lav. et Mesn.) parasite d'uue fievre de l'Inde". C. R. Ac. Soi. cxxxvii: 957-961. ; ROGERS, L.. (1904). "On the Development of Flagellated Organisms (Trypanosomes) from the Spleen Protozoic Parasites of Cacliexial Fevers and Kala-Azar". Q. J. Micr. Sci. 48: 367.; LAINSON, R.; SHAW, J.J. (1987). Evolution, classification and geographical distribution. In: The Leishmaniases in Biology and Medicine, Vol. 1 (W. Peters and R. Killick-Kendrick, eds), pp. 1–120. London: Academic Press. ; KILLICK-KENDRICK, R., LAINSON, R., RIOUX, J. A., AND SAFJANOVA, V. M. 1986. The taxonomy of Leishmania like parasites of reptiles. In “Leishmania. Taxonomie et phylogenese. Applications ecoepidemiologique” (J-A. Rioux, Ed.), pp. 143–148, IMEEE, Montpellier. ; CROAN, D.; ELLIS, J.. (1997). "Monophyletic origin of the genus Sauroleishmania". Archiv für Protistenkunde 148 (3): 269-275. DOI:10.1016/S0003-9365(97)80007-3.; FRAGA, J.; MONTALVO, A.M.; DONCKER, S.; DUJARDIN, J.-C.; van der AUWERA, G.. (2010). "Phylogeny of Leishmania species based on the heat-shock protein 70 gene". Infection, Genetics and Evolution 10 (2): 238–245. DOI:10.1016/j.meegid.2009.11.007.; SAF'JANOVA, V.M. (1982). [The problem of taxonomy with Leishmania]. Ser. Protozool. Sov. Acad. Sci. Leningr. 7: 5-109.; BAÑULS, A.-L.; HIDE, M.; PRUGNOLLE, F.. (2007). "Leishmania and the Leishmaniases: A Parasite Genetic Update and Advances in Taxonomy, Epidemiology and Pathogenicity in Humans". Advances in Parasitology 64: 1-109. DOI:10.1016/S0065-308X(06)64001-3.; CROAN, D.G.; MORRISON, D.A.; ELLIS, J.T.. (1997). "Evolution of the genus Leishmania revealed by comparison of DNA and RNA polymerase gene sequences". Molecular and Biochemical Parasitology 89: 149-159. ; SCHONIAN, G.; CUPOLILLO, E.; MAURÍCIO, I.. Molecular Evolution and Phylogeny of Leishmania. In: Ponte-Sucre, A.; Diaz, E.; Padrón-Nieves, M. (eds.). Drug Resistance in Leishmania Parasites: Consequences, Molecular Mechanisms and Possible Treatments. [S.l.]: Springer, 2012. 459 p. ISBN 9783709111253; Pararasitologia Médica; Markell, John, Krotoski; 8º edição; Guanabara Koogan; 2003.)

Classificação simplificada do gênero Leishmania:

Seção Euleishmania.

Subgênero Leishmania Ross, 1903 sensu Saf'janova, 1982.

Complexo Leishmania donovani.

Leishmania donovani (Laveran & Mesnil, 1903).

Leishmania infantum Nicolle, 1908 (inclui chagasi Cunha & Chagas, 1937).

Leishmania archibaldi Castellani & Chalmers, 1919 (disputada).

Complexo Leishmania tropica.

Leishmania tropica (Wright, 1903).

Leishmania aethiopica Bray, Ashford & Bray, 1973.

Leishmania killicki Rioux, Lamotte & Pratlong, 1986.

Complexo Leishmania major.

Leishmania major Yakimoff & Schokhor, 1914.

Leishmania gerbilli Wang, Qu & Guan, 1964.

Leishmania arabica Peters, Elbihari & Evans, 1986.

Leishmania turanica Strelkova, Peters & Evans, 1986.

Complexo Leishmania mexicana.

Leishmania mexicana Biagi, 1953 (inclui pifanoi Medina & Romero, 1959).

Leishmania amazonensis Lainson & Shaw, 1972 (inclui garnhami Scorza et al., 1979).

Leishmania aristidesi Lainson & Shaw, 1979.

Leishmania venezuelensis Bonfante-Garrido, 1980.

Leishmania forattinii Yoshida, Cuba, Pacheco, Cupolillo, Tavares, Machado, Homen & Grimaldi, 1993.

Leishmania enriettii Muniz & Medina, 1948.

Subgênero Viannia Lainson & Shaw, 1987.

Complexo Leishmania braziliensis.

Leishmania braziliensis Vianna, 1911.

Leishmania peruviana Velez, 1913.

Complexo Leishmania guyanensis.

Leishmania guyanensis Floch, 1954.

Leishmania panamensis Lainson & Shaw, 1972.

Leishmania shawi Lainson, Braga & de Souza, 1989.

Leishmania naiffi Lainson & Shaw, 1989.

Leishmania lainsoni Silveira, Shaw, Braga & Ishikawa, 1987.

Leishmania lindenbergi Silveira, Ishikawa & de Souza, 2002.

Leishmania utingensis Braga, Lainson, Ishikawa et al., 2003.

Subgênero Sauroleishmania Ranque, 1973 sensu Saf'janova, 1982.

Leishmania tarentolae Wenyon, 1921.

Leishmania gymmnodactyli Khodukin & Sofiev, 1940.

Leishmania adleri Heinsch, 1958.

Leishmania hoogstraali McMillan, 1965.

Leishmania guliki Ovezmukhammedov & Saf'janova, 1987.

Leishmania zuckermani Paperna, Boulard, Hering-Hagenbeck & Landau, 2001.

Leishmania platycephala Telford, 2009.

Seção Paraleishmania.

Leishmania hertigi Herrer, 1971.

Leishmania deanei Lainson & Shaw, 1977.

Leishmania herreri Zeledon, Ponce & Murillo, 1979.

Leishmania colombiensis Kreutzer, Corredor, Grimaldi, Grogl, Rowton, Young, Morales, McMahon-Pratt, Guzman & Tesh, 1991.

Leishmania equatorensis Grimaldi, Kreutzer, Hashiguchi, Gomet, Mimory & Tesh, 1992.

Provocada pela giárdia (Giardia lamblia), flagelado que parasita o intestino humano, a doença geralmente causa fortes diarréias, podendo levar o doente à desidratação. É transmitida através de água e alimentos contaminados pelo protozoário. Evita-se essa doença com as mesmas medias utilizada contra a amebíase. A malária é provocada por protozoários do gênero Plasmodium e é transmitida ao homem por meio da picada do mosquito, anófele, ao sugar-lhe o sangue para se alimentar. Durante a picada, o mosquito libera saliva, que contém o protozoário plasmódio. Então o parasita entra no sangue da pessoa e se instalam em órgãos diversos, como o fígado e o baço, onde se multiplica. Após certo período, os parasitas retornam ao sangue e penetram nos glóbulos vermelhos, onde voltam a se multiplicar. Os glóbulos parasitados se rompem liberando novos protozoários que passam a infectar outros glóbulos vermelhos. A malária provoca febre muito alta, que coincide com os períodos em que os parasitas arrebentam os glóbulos vermelhos, liberando toxinas na corrente sangüínea. Se não for combatida pode causar a morte do doente. A pulverização de córregos, lagoas e poças de água parada, com inseticida, é uma das maneiras de combater os mosquitos transmissores da malária. É na água que os mosquitos põem seus ovos para se reproduzirem. A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. A transmissão se dá por contato com animais domésticos - principalmente gatos - ou por suas fezes. As fezes dos gatos podem conter cistos (formas resistentes) do parasita, que são disseminados por animais, como moscas e baratas. O homem adquire a doença quando ingere diretamente o cisto ou carne mal cozida que o contenha. Os sintomas da doença são, na maioria das vezes, muito semelhantes aos de várias outras doenças: mal-estar, febre, dores de cabeça e musculares, prostração e febre que pode durar semanas ou meses. Após alguns dias há também aumento dos gânglios linfáticos em todo o corpo. Normalmente, a doença evolui de forma benigna e desaparece sem deixar seqüelas no organismo. Às vezes, porém, pode causar lesões oculares, com perda parcial ou quase total da visão. Daí sua gravidade. Em mulheres grávidas, o protozoário pode atingir o feto, provocando-lhe cegueira, deficiência mental e até mesmo a morte. Trichomonas vaginalis é responsável pela doença chamada tricomoníase, é encontrado na vagina e no trato urinário masculino. Normalmente é transmitido pelo contato sexual, mas também pode ser transmitido em banheiros e por toalhas.

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Iconografia: Trichomonas vaginalis vista em microscópio eletrônico.

Trichomonas vaginalis em preparação corada pelo Giemsa.1

Iconografia: Trichomonas vaginalis em preparação corada pelo Giemsa.

O Trichomonas vaginalis é um parasita eucariota flagelado anaeróbio facultativo com cerca de quinze micrômetros. Tem quatro flagelos desiguais e uma membrana ondulante que lhe dão mobilidade, e uma protuberância em estilete denominada axóstilo- uma estrutura rígida, formada por microtúbulos, que se projeta através do seu centro até sua extremidade posterior. Não possui mitocôndrias, mas apresenta grânulos densos (hidrogenossomos) que podem ser vistos à microscopia óptica. Essas estruturas são portadoras da enzima piruvato: ferredoxina oxirredutase, a qual transforma piruvato em acetato por oxidação fermentativa, liberando energia na forma de ATP.

O T. vaginalis é o agente causador da tricomoníase. Existe em apenas uma única forma (trofozoíto), que é simultaneamente infecciosa e ativa. Contudo formas arredondadas com flagelos internalizados muito semelhantes a cistos, porém sem apresentar parede cística são comumente encontradas. Estas formas são conhecidas como pseudocistos. Ao contrário do que se imaginavam os pseudocistos não são formas degenerativas, mas sim formas funcionais e metabolicamente ativas. Reproduz-se por pleuromitose fechada com fuso extranuclear. Cresce em pH entre 5,0 e 7,5 a temperaturas variando de 20 a 40 °C. Utiliza a glicose, a maltose e a galactose como fontes de energia. Mantém o glicogênio como forma de armazenamento de energia. Em condições adversas, podem utilizar também os aminoácidos, especialmente a arginina, treonina e leucina, como fontes energéticas. T.vaginalis foi descrita por Donné em 1836, isolando-a de uma mulher com vaginite. Em 1894, Marchand e Miura, em 1896 Dock, observaram o flagelado na uretrite de um homem. Muitas mulheres que são infectadas pelo T. vaginalis usualmente desenvolvem poucos sintomas. Quando os sintomas surgem, caracterizam-se principalmente como corrimento abundante juntamente com um prurido (coceira) vaginal. Em outros casos, a mulher pode apresentar um corrimento fluido com pouca cor e ainda certo desconforto na micção. Em cerca de 20 a 50% das mulheres, a infecção é assintomática; no restante dos casos, a infecção pode ter repercussões variadas de leve a graves. As maiorias dos homens não apresentam sintomas, e, quando existe, consiste em uma irritação na ponta do pênis ou da uretra. É incomum, mas possível, o comprometimento mais extenso no sexo masculino. A via de transmissão principal é o contato sexual (de pessoa para pessoa). Em condições especiais são possíveis outras formas de transmissão, contudo são estatisticamente desprezíveis. . Podem tambem ser transmitido atraves de roupas intimas. É recomendável o uso de preservativo durante o ato sexual, e também medidas gerais como o uso individual de roupas íntimas, tratamento de indivíduos portadores, esterilização dos aparelhos ginecológicos, higiene em relação aos sanitários públicos, etc (Referência Bibliográfica: Centers for Disease Control (en); MACIEL, G.P., Tasca, T.T., Carli, G. A. Aspectos clínicos, patogênese e diagnóstico de Trichomonas vaginalis. J.Bras.Patol. Med. Lab, v.40, n.3, p.152 - 60, Junho 2004.; Pereira-Neves, A., Ribeiro, K.C., Benchimol, M. Pseudocysts in trichomonads: new insights. Protist, v.154, n.3-4, p.313 - 329, October 2003.; NEVES, David Pereira, Alan Lane de Melo; Odair Genaro; Pedro Marcos Linard, «14», Atheneu, Parasitologia Humana, 10 ed.. ISBN 85-7379-243-4; CDC. Trichomoniasis - Fact Sheet. disponível em: Acesso em 22/04/2013).

O tratamento, que é específico e eficiente, pode ser realizado com os quimioterápicos nitroimidazólicos metronidazol ou tinidazol, administrados em dose oral única. Na gestação, até o primeiro trimestre, não é recomendado o uso dos nitroimidazólicos devido a seu potencial mutagênico e carcinogênico observado em animais (não comprovado em humanos); aconselha-se o uso de clotrimazol tópico, de eficácia moderada (cura em 40-60% dos casos), por ser inócuo ao feto. Na nutriz, recomenda-se a suspensão da amamentação durante o tratamento. Efeitos colaterais (incomuns) podem incluir cefaléia, náusea, boca seca, e gosto metálico; muito raramente, efeitos no Sistema Nervoso podem ocorrer, incluindo encefalopatia, convulsões, perda de coordenação motora e ataxia. Efeitos alérgicos também são possíveis. O consumo de álcool deve ser evitado, pois sua associação pode resultar em efeitos colaterais importantes. Também devem ser evitados os anticoagulantes orais. Todos os parceiros sexuais devem ser simultaneamente tratados, de maneira a se evitar a re-infecção. Pelo menos até que se tenha a certeza de cura, os pacientes devem utilizar preservativos em todas as relações sexuais. A doença não confere imunidade permanente, portanto a reinfecção é possível e deve ser diferenciada da falha terapêutica. A resistência aos imidazólicos é possível, porém é usualmente dose-dependente, bastanto-se o retratamento com uma dose maior e/ou mais prolongada (Referência Bibliográfica: Centers for Disease Control (en); ROTTSCHILD, H.A., RAMOS, . O.L. (ed). Atualização Terapêutica 1998. São Paulo, SP: Livraria Editora Artes Médicas LTDA. 18ªa edição, 1997.; MACIEL, G.P., Tasca, T.T., Carli, G. A. Aspectos clínicos, patogênese e diagnóstico de Trichomonas vaginalis. J.Bras.Patol. Med. Lab, v.40, n.3, p.152 - 60, Junho 2004.; BENNET, J. C., PLUM, F. (ed) Textbook of Medicine. USA: W. B. Saunders Company, 20th edition, 1998. ISBN 0-7216-8143-X.; HARDMAN, J. G., LIMBIRD, L.E. The Farmacological Basis of Therapeutics. USA: Mcgraw-Hill, 9th Edition, 1996. ISBN 0-07-026266-7.>).

ANÁLISE I.

A classe dos nitroimidazóis foi descoberta em 1955 após cientistas franceses do grupo Rhône-Poulenc descreverem a atividade de um extrato de Streptomyces 6670 contra Trichomonas vaginalis. Esse extrato já havia sido analisado em 1953 por Maeda e colaboradores e identificado como 2-nitroimidazol, também chamado de azomicina (Figura 3). Desde então, vários nitroimidazóis foram sintetizados e avaliados frente a microrganismos anaeróbicos, apresentando atividade também contra tumores hipóxicos e como imunossupressores.

Os protozoários na biotecnologia.

Depois das bactérias, os protozoários são os organismos mais numerosos no lodo ativado, quando se tem boas condições de operação do processo. O principal grupo de protozoários encontrados nos lodos ativados é ciliado. Eles normalmente representam aproximadamente 5% do peso seco dos sólidos em suspensão presentes no tanque de aeração. Em ordem decrescente, segundo o Water Pollution Research Laboratory (W.P.R.L.), as espécies encontradas no processo de lodos ativados são: Aspidisca costata; Vorticella alba; Opercularia coarctata; Trachelophyllum pusillum, Vorticella striata; Vorticella microstoma; Chilodonelha uncinata; Vorticella convallaria; Uronema nigricans; Epistylis plicatilis; Hemiophrys plenrosigma; Aspidisca lynceus e Colpoda (www.saaeg.com.br/celulose.htm). Experiências desenvolvidas no W.P.R.L. (Inglaterra) permitiram concluir que os protozoários têm uma bem definida e útil participação no processo de lodos ativados. Na ausência de protozoários, um grande número de bactérias que não floculam e conseqüentemente não sedimentam, seguem com o efluente final do processo, porém decresce grandemente quando uma população de protozoários ciliados está presente nos lodos. Pesquisas efetuadas pelo W.P.R.L. também sugerem que a ação predatória por parte dos protozoários é o principal mecanismo pelo qual as bactérias livres são removidas do efluente, enquanto que a indução da floculação pelos protozoários é de importância secundária. Portanto, os protozoários teriam una função importante na clarificação do efluente do processo. Em relação à qualidade do efluente final a identificação de certos tipos de protozoários pode fornecer informações de interesse. Em geral, as presenças de protozoários flagelados e de rizópodes indicam que o efluente final não é de boa qualidade. Existem, porém, exceções como, por exemplo, a Arcella, que é um rizópode indicativo de efluentes que sofreram nitrificação e, pois, de boa qualidade. Outro gênero de rizópode, Amoeba, também é muito comum em lodos de sistemas com efluentes de boa qualidade. Muitas espécies de Vorticella, um ciliado pedunculado, ocorrem em lodos de sistemas eficientes, juntamente com Opercularia. Aspidisca e Lionotus, porém, a presença de Vorticella microstoma no lodo é comumente associada a sistema de baixa eficiência. Aspidisca costata, presente no lodo, indica boa nitrificação do processo, uma vez que se alimenta de bactérias nitrificadoras. Paramecium caudatum, um ciliado característico de lodos de sistemas não muito eficiente, às vezes aparece em lodos de sistemas de alta eficiência, porém, sua concentração oscila intensamente (TORTORA, G. J., et al. Microbiologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artemed, 2000).

A maioria dos protozoários apresenta um corpo composto por uma única célula, que pode ter 10µm nos coanoflagelados ou muitos centímetros em alguns dinoflagelados, foraminíferos ou amebas. Esta estrutura corpórea do protozoário é limitada pela membrana celular. A flexibilidade ou rigidez do corpo e de sua forma são super dependentes do citoesqueleto, que está localizado bem abaixo da membrana celular. Logo, o citoesqueleto e a membrana formam o que chamamos de “película”, que é como uma “parede corporal” destes organismos. Filamentos protéicos como a actina, microtúbulos, vesículas como os alvéolos compõem o citoesqueleto. Na ilustração seguinte é possível ver de forma esquemática as diferentes posições que podem se formar de acordo com o arranjo das estruturas componentes do citoesqueleto. Em A os filamentos formam uma malha densa no citoplasma, bem próximo à superfície. Já em B os microtúbulos se arranjam formando uma espécie de “colete microtubular”. Em C os microtúbulos originam-se nos corpos basais flagelares e se espalham compondo um esqueleto axial. Em D os feixes de microtúbulos irradiam-se a partir de um centroplasto que está no centro da célula e se estendem para o interior, projetando uma espécie de raio da superfície celular. Em E e F temos as estruturas alveolares. Que podem ser vazias (podendo enturgescer para auxiliar na sustentação da célula) ou ter placas de celulose secretadas em seu interior, formando um endoesqueleto rígido (F).

formação protozoários

Ilustração: Ruppert, Edward E., Fox, Richard S., Barnes, Robert D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva. São Paulo. Roca, 2005.

Os protozoários podem apresentar dois tipos de esqueleto: endo e exoesqueleto. As organelas responsáveis pela locomoção do protozoário podem ser os flagelos, os cílios ou ainda extensões fluidas do próprio corpo (ospseudópodes). Alguns destes organismos dependem da fotossíntese, outros se nutrem absorvendo materiais orgânicos e ainda alguns podem digerir partículas alimentares ou presas no interior de vacúolos. Esse alimento que entra no vacúolo através da fagocitose, entra por uma abertura chamada citóstoma. O vacúolo é transferido para o interior, sendo conduzido ao longo da citofaringe (um trato microtubular). Quando se fala sobre transporte celular, é valido lembrar que a difusão é essencial para o transporte interno nos protozoários. A respiração da maioria desses organismos é aeróbica, que depende da difusão para a tomada de oxigênio e para a liberação de CO2. Entretanto alguns são anaeróbios obrigatórios, especialmente os que vivem em simbiose no trato digestivo dos animais. Já as espécies aquáticas associadas à decomposição de matéria orgânica podem ser anaeróbias facultativas (utilizam o oxigênio quando estiver presente, mas também são capazes de respirar em sua ausência). Muitos protozoários de água doce realizam osmose para remover o excesso de água e também para ajustar a concentração e a proporção dos íons. Esta água adicional provém dos alimentos. A osmorregulação é feita por um sistema de organelas que bombeia água e íons, chamado complexo vacuolar contrátil.

Conclusão - Atenção.

Lista de doenças causadas por protozoários.

1. Criptosporidíase

2. Disenteria amébica

3. Doença de Chagas

4. Doença do sono

5. Entamoeba histolytica

6. Giardia intestinalis

7. Giardiose

8. Isosporíase

9. Leishmaniose

10. Leishmaniose cutânea

11. Leishmaniose dérmica pós-calazar

12. Leishmaniose visceral

12.

Os antibióticos são drogas com capacidade de interagir com microorganismos mono ou pluricelulares que causam infecções no organismo. Se as primeiras substâncias descobertas eram produzidas por fungos e bactérias, atualmente são sintetizadas em laboratórios farmacêuticos e tem a capacidade de impedir ou dificultar a manutenção de certo grupo de células vivas. São utilizados na medicina para a luta contra infecções bacterianas. Seu uso indiscriminado e sem controle médico faz com que surjam cepas de bactérias resistentes a estas drogas, sendo necessária a descoberta constante de novas drogas mais eficazes. Isto tem aumentado consideravelmente o custo do tratamento das infecções. O primeiro antibiótico, a penicilina, foi descoberta por acaso por Alexander Fleming, que reparou que numa determinada cultura de bactérias, contaminada por uma determinada espécie de fungos, as bactérias não se desenvolviam. O ANTIBIÓTICO VAI ATUAR COMBATENDO ALGUM TIPO DE INFECÇÃO, SEJA ELA CAUSADA OU NÃO POR PROTOZOÁRIOS, MAIS O ANTIBIÓTICO NÃO COMBATE AO PROTOZOÁRIO PROPRIAMENTE, PARA ELE EXISTEM MEDICAÇÕES ESPECÍFICAS. Por exemplos: A isosporíase uma doença causada pelo parasita unicelular coccidio Isospora belli. São ingeridos com comida ou água contaminados. Infecta o lúmen do intestino, onde tem fases de reprodução assexuada, e sexuada, com produção de zigotos que saem com as fezes. Existe em todo o mundo. Em pessoas imunocompetentes causam gastroenterite (responsável por 5% dos casos), com diarreia de até 15 dias, dor abdominal, nauseas moderadas, sendo muitas vezes, assintomáticas. Em doentes com SIDA/AIDS causam diarréia abundante, febre, perda de peso e colecistite perigosas. O parasita é destruido com o fármaco cotrimoxazole ou com a associação de (Sulfametoxazol + Trimetropim) por 10 dias, com esquema profilático por mais 3 semanas; A doença do sono ou tripanossomíase africana é uma doença frequentemente fatal causada pelo parasita unicelular Trypanosoma brucei. Há duas formas: uma na África Ocidental, incluindo Angola e Guiné-Bissau, causada pela subespécie T. brucei gambiense, que assume forma crónica, e outra na África Oriental, incluindo Moçambique, causada pelo T. brucei rhodesiense, forma aguda. Ambos os parasitas são transmitidos pela picada da mosca tsé-tsé (moscas do género Glossina que são seu vetor de transmissão.

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A mosca Aniel Rossi transmite a Doença do Sono.

Após a picada infecciosa, o parasita multiplica-se localmente durante cerca de 3 dias, desenvolvendo-se por vezes uma induração ou inchaço edematoso, denominado de cancro tripanossómico, que desaparece após três semanas, em média. O inchaço não surge na grande maioria dos casos de infecção pelo T. gambiense e apenas em 50% dos casos de infecção com T. rodesiense. O parasita dissemina-se durante 1-2 semanas (T. gambiense) ou 2-3 semanas (T. rodesiense) da picada pelo corpo do doente. O T. gambiense produz muito mais alta parasitemia que o T. rodesiense. Os sintomas são todos durante as fases de replicação ou parasitemia. Os parasitas multiplicam-se no sangue, a maioria com uma mesma glicoproteína de membrana. No entanto alguns poucos trocam a glicoproteína por outra de dentro do seu leque de 1000 genes para essas proteínas, num processo aleatório. Quando o sistema imunitário produz anticorpos específicos contra a glicoproteína dominante, a maioria dos parasitas é destruida, mas não os poucos que, por acaso já tinham trocado a glicoproteína que usam. Os sintomas cessam, mas os parasitas com a glicoproteína diferente não são afetados pelos anticorpos produzidos e multiplicam-se, gerando nova onda parasitémica e de sintomas. Então são produzidos novos anticorpos contra a nova glicoproteína dominante, que mais tarde são eficazes em destruir a maioria dos parasitas exceto aqueles poucos que já trocaram novamente a glicoproteína que usam, e assim por diante. O resultado são ondas de multiplicação e sintomas agudos que vão aumentando até originar sintomas do tipo crônico, após muitos danos. A grande quantidade de anticorpos produzidos leva à formação de complexos dessas proteínas, que activam o complemento e causam também directamente danos nos endotélios dos vasos e nos rins. Os danos nos vasos geram os edemas, e microenfartes no cérebro, enquanto a anemia é devida à destruição acidental pelo complemento dos eritrócitos. Os sintomas iniciais e recorrentes são a febre, tremores, dores musculares e articulares, linfadenopatia (ganglios linfáticos aumentados), mal estar, perda de peso, anemia e trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue). Na infecção por T. rodesiense pode haver danos cardíacos com insuficiência desse órgão. Há frequentemente hiperactividade na fase aguda. Mais tarde surgem sintomas neurológicos e meningoencefalite com retardação mental. Na infecção por T. gambiense a invasão do cérebro é geralmente após seis meses de progressão, enquanto o T. rodesiense pode invadi-lo após algumas semanas apenas. Sintomas típicos deste processo são as convulsões epilépticas, sonolência e apatia progredindo para o coma. A morte segue-se entre seis meses a seis anos após a infecção para o T. gambiense, e quase sempre antes de seis meses para o T. rodesiense. O Trypanosoma brucei é um dos parentes do Trypanosoma cruzi (causador da Doença de chagas). O diagnóstico é geralmente pela detecção microscópica dos parasitas no sangue ou líquida cefalo-raquidiano. Também se utiliza a inoculação do sangue em animais de laboratório, se a parasitemia for baixa, ou a detecção do seu DNA pela PCR- PCR pode se referir a:

Fosfocreatina, molécula relacionada a mecanismos mobilização rápida de energia; Parada cardiorrespiratória, interrupção súbita da atividade eficaz do coração; Proteína c-reativa, proteína produzida pelo fígado; Reação em cadeia da polimerase, método laboratorial de amplificação de DNA. Na fase aguda, o tratamento com pentamidina é eficaz contra T. gambiense, e a suramina contra T. rhodesiense. No entanto a resistência é crescente a estes fármacos. Na fase cerebral, já poderá haver danos irreversíveis. É necessário usar o tóxico melarsoprol, que mata sem ajuda do parasita 1-10% dos doentes, ou no caso do T. gambiense, a eflornitina. A doença do sono é considerada como "extremamente negligenciada", pela DNDI, basicamente porque afeta principalmente os muito pobres, em áreas igualmente pobres.

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Líquido cefalorraquidiano.

NOTAS EM DETALHES.

PRIMEIRO DETALHE EM NOTA.

Proteína c-reactiva (CRP, do inglês "C-reactive protein", erroneamente chamada de PCR, pois PCR é uma sigla internacional de Polymerase Chain Reaction) é uma proteína plasmática reagente de fase aguda produzida pelo fígado. É um dos membros da família de proteínas pentraxina. Sua concentração é muito baixa em indivíduos sadios, porém na presença de infecções ou respondendo a estimulos inflamatórios pode ter um aumento de até 1.000 vezes no indivíduo. Não deve ser confundida com o Péptido-C (resultado do processamento da pró-insulina) nem com a Proteina-C (anticoagulante fisiológico quando em conjunção com a proteína S). É um indicador extremamente sensivel de inflamação. Em casos de inflamação sistêmica, nosso fígado passa a produzir diversas proteínas diferentes, chamadas de proteínas de fase aguda. A VHS é um exame que mede indiretamente a produção do fibrinogênio, uma dessas proteínas. A popularização da dosagem da proteína C reativa (CRP) reduziu a importância da VHS como marcador de inflamação, pois a CRP também é uma proteína de fase aguda produzida pelo fígado. Com este exame medimos diretamente os níveis da própria proteína, bem mais sensível do que uma avaliação indireta como a VHS. Porém, assim como na VHS, a dosagem da CRP nos atesta que há uma inflamação em curso no organismo, mas não nos diz onde ela está, nem por que ela ocorre. Todas as condições listadas para a VHS também podem causar elevação da CRP, com exceção da idade avançada, que causa, quando muito, apenas uma discreta elevação. Antigamente o resultado da CRP era fornecido somente como positivo ou negativo, pois apenas detectava a presença ou não de CRP no sangue. Atualmente, com técnicas mais modernas, pode-se efetivamente dosar a quantidade de CRP circulante. Considera-se normal valores até 0.1 mg/dL (1mg/L). Valores entre 0.1 mg/dL (1mg/L) e 1,0 mg/dL (10 mg/L) podem surgir em pequenas inflamações como gengivites ou outros pequenos problemas, não tendo, na maioria dos casos, relevância clínica. Inflamações importantes costumam causar uma CRP maior que 1,0 mg/dL (10 mg/L). A CRP é mais sensível que a VHS, pois, além de elevar mais precocemente, também serve para avaliar risco de doença cardiovascular. Há muito se sabe que as doenças cardiovasculares são causadas por uma combinação de uma constante e pequena inflamação nas paredes dos vasos com o depósito de colesterol nos mesmos. Pessoas com níveis de CRP persistentemente acima de 0,3 mg/dL (3mg/L) apresentam maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares como infarto e AVC (leia: SINTOMAS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E ANGINA e AVC | ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL | DERRAME CEREBRAL). Com esses valores, a CRP indica que há um processo inflamatório discreto, porém contínuo. Só para ilustrar, a CRP em infecções virais costuma estar entre 1 mg/dL (10mg/L) e 4 mg/dL (40 mg/L). Em infecções bacterianas como pneumonia pode ficar acima dos 5 mg/dL (50 mg/L). Em casos de sepse grave os valores podem ultrapassar a casa dos 20mg/dL (200mg/L).

SEGUNDO DETALHE EM NOTA.

Reacção em cadeia da polimerase (em inglês Polymerase Chain Reaction - PCR) é um método de amplificação (de criação de múltiplas cópias) de DNA (ácido desoxirribonucleico) sem o uso de um organismo vivo, por exemplo, Escherichia coli (bactéria) ou leveduras. Inventada em 1983 por Kary Mullis, a PCR é uma das técnicas mais comuns utilizadas em laboratórios de pesquisas médicas e biológicas para diversas tarefas, como o sequenciamento de genes e diagnóstico de doenças hereditárias, identificação de fingerprint genético (usado em testes de paterninade e na medicina forense), detecção de diagnóstico de doenças infecciosas e criação de organismos transgênicos. Nesse caso especifico - A PCR encontra sua principal aplicação em situações onde a quantidade de DNA disponível é reduzida. Em teoria, é possível amplificar qualquer DNA. Uma das principais aplicações da PCR é na medicina forense, onde pequenas amostras de DNA retiradas da cena de um crime (pedaços de cabelo que contenham bulbo, gotas de sangue ou saliva, pedaços de pêlo ou até mesmo a minúscula quantidade de DNA deixada em uma impressão digital) são amplificadas para serem analisadas pelo método de fingerprinting. O PCR também é rotineiramente utilizado em procedimentos científicos de Biologia Molecular como amplificação para gerar mutagênese, detecção de mutações ou preparação de fragmentos de DNA para clonagem (inserção em plasmídeo, por exemplo) como também pode ser utilizado para identificação de patógenos que estão presentes em amostras como por a exemplo identificação de agentes como Cândida sp, Chlamydia trachomatis, HPV Vírus do papiloma humano e seus genótipos, HIV Vírus da Hepatite B. etc A PCR também é utilizada na paleontologia para o sequenciamento gênico de animais pré-históricos. Também é muito utilizada na identificação de microrganismos, tendo em vista que apenas 1% dos microrganismos são cultivaveis e podendo ser isolados. A PCR é o primeiro passo para o posterior sequenciamento. Após obter as sequencias geradas pelos equipamentos podem-se consultar bases de dados na internet para tentar localizar suas possiveis origens, sendo bactérias, archeas ou etc.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/81/PCR_tubes.png/220px-PCR_tubes.pngOito tubos de PCR, cada tubo contendo 100μl.

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Resultado da PCR após ser realizada uma eletroforese em gel de agarose ou de poliacrilamida.

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Termociclador, Aparelho utilizado para realizar uma PCR.

TERCEIRO DETALHE EM NOTA.

A fosfocreatina, também conhecida como creatina fosfato ou PCr, é uma mólecula de creatina fosforilada que é um importante depósito de energia no músculo esquelético, já que transporta uma ligação fosfato de alta energia similar às ligações do ATP. A fosfocreatina é clivada instantaneamente para reconstituir a molécula de ATP (gasta na contração muscular) a partir de um ADP e de um novo íon fosfato que se liga a ele, além de formar creatina por 2 a 7 segundos após um esforço muscular intenso. Essa reação de degradação é reversível. Os poucos segundos (de cinco a oito segundos) em que uma pessoa é capaz de manter a contração muscular máxima se devem ao fato de que a quantidade total de fosfocreatina no músculo, assim como a do ATP, é muito pequena. A quantidade de fosfocreatina é em torno de cinco vezes maior que a quantidade de ATP. A fosfocreatina tem um papel importante nos tecidos que possuem uma demanda muito alta de energia flutuante, como o músculo e o cérebro. Essa substância é sintetizada no fígado e é transportada para as células musculares para armazenamento. A degradação da fosfocreatina gera a creatinina, cujos níveis no soro sanguíneo são muito utilizados para medir a função renal.

FARMACOLOGIA CLÍNICA.

Na fase aguda, o tratamento com pentamidina é eficaz contra T. gambiense. Pentamidina é uma medicação antimicrobiana utilizada para a prevenção e tratamento da pneumonia por Pneumocystis casada por Pneumocystis jirovecii (formalmente conhecido como Pneumocystis carinii), um tipo grave de pneumonia visto em pacientes com infecção por HIV. O fármaco também é utilizado em tratamentos da leishmaniose, infecções causadas por Trypanosoma brucei gambiense.

Pentamidine sf.png

Pentamidine-2D-skeletal.png

4,4'-[pentane- 1,5-diylbis(oxy)]dibenzenecarboximidamide.

A doença do sono tem como sinônimo: Tripanossomíase africana - A doença do sono é uma infecção onde os germes são transmitidos por algumas moscas. Resulta em inchaço do cérebro. A doença do sono é causada por dois germes(protozoários), Trypanosoma brucei rhodesiense e Trypanosomoa brucei gambiense. A forma mais grave da doença é causada pelo T. b. rhodesiense. As moscas Tsé-tsé são portadoras da infecção. Quando uma mosca infectada pica você, a infecção se espalha pelo seu sangue. Os fatores de risco incluem viver em partes da África onde a doença é encontrada e ser picado pela mosca tse-tsé. A doença não ocorre nos Estados Unidos e nem no Brasil, porém viajantes que visitaram ou viveram na África podem ter a infecção.

Exames.

Um exame físico pode mostrar sinais de inflamação do cérebro e seu revestimento, a meninge (meningoencefalite).

Os testes incluem o seguinte:

1. Esfregaço de sangue.

2. Exames do líquido cefalorraquidiano.

3. Hemograma completo (CBC).

4. Aspiração do nódulo linfático.

5. A maioria dos exames para anticorpos e antígenos não são úteis, pois não conseguem dizer a diferença entre uma infecção corrente e uma passada. Os níveis específicos de IgM no líquido cefalorraquidiano podem ser mais úteis.

Sintomas de Doença do sono - Os sintomas gerais incluem:

1. Ansiedade;

2. Sonolência durante o dia;

3. Febre;

4. Dor de cabeça;

5. Insônia durante a noite;

6. Mudanças de humor;

7. Sonolência (pode ser incontrolável);

8. Sudorese;

9. Gânglios linfáticos inchados por todo o corpo;

10. Nódulo inchado, avermelhado e dolorido no local da picada;

11. Fraqueza.

Tratamento de Doença do sono.

Os medicamentos usados para tratar esse transtorno incluem: Eflornitina (para T. b. gambiense apenas); Melarsoprol; Pentamidina (para T. b. gambiense apenas); Suramina (Antrypol); Alguns pacientes podem receber terapia combinada.

Expectativas - Sem tratamento, pode ocorrer morte em até 6 meses causada por insuficiência cardíaca ou pela própria infecção por T. b. rhodesiense. A infecção por T. b. gambiense provoca a doença do sono clássica e piora rapidamente, pode ser em algumas semanas. Qualquer uma das doenças deve ser tratada imediatamente.

Complicações possíveis - As complicações incluem: Lesão relacionada ao sono enquanto dirige ou durante outras atividades; Dano gradual ao sistema nervoso; Sono incontrolável à medida que a doença piora; Coma.

Prevenção - Injeções de pentamidina protegem contra a infecção por T. b. gambiense. Mas não contra a infecção por T. b. rhodesiense. Como esse medicamento é tóxico, não é recomendado utilizá-lo como prevenção. Medida de controle de insetos pode ajudar a prevenir a disseminação da doença do sono em áreas de alto risco(Referência Bibliográfica: Kirchoff LV. Agents of African trypanosomiasis (sleeping sickness). Em: Mandell GL, Bennett JE, Dolan R, eds. Mandell, Douglas, and Bennett''s Principles and Practice of Infectious Diseases. 7a ed. Philadelphia, PA: Elsevier Churchill-Livingstone; 2009:cap 278.; Petri Jr WA. African sleeping sickness. Em: Goldman L, Schafer AI, eds. Goldman''s Cecil Medicine. 24a ed. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2011:cap 354.; Fauce, Anthony S.; Braunwald, Eugene; Kasper, Dennis L.; Hauser, Stephen L.; Longo, Dan L.; Jameson, J. Larry; Loscalzo, Joseph. Harrison, Tinsleu Randolph. Harrison Medicina Interna. 17ª Edição. São Paulo: McGraw-Hill, 2009. Parte VII Doenças Infecciosas; Seção 18 Infecções Por Protozoários p. 1313; STRASINGER, Susan K, Uroanálise e Fluidos Biológicos, São Paulo, SP: Editorial Médica Panamericana, 2a edição, 1991, ISBN 85-303-0019-X; HENRY, John B, (ed). Clinical Diagnosis & Management by Laboratory Methods. USA: Saunders, 20th Edition, 2001. ISBN 0-7216-8864-0.; TIETZ, Norbert W (ed), Clinical Guide to Laboratory Tests, USA: Saunders, Third Edition, 1995, ISBN 0-7216-5035-X; BURTIS C.A., Ashwood E.R (ed). Tietz Textbook of Clinical Chemistry. USA: Saunders, 2nd Edition, 1994, ISBN 0-7216-4472-4; Saiki, R. K., D. H. Gelfand, S. Stoffel, S. J. Scharf, R. Higuchi, G. T. Horn, K. B. Mullis, and H. A. Erlich. "Primer-Directed Enzymatic Amplification of DNA with a Thermostable DNA Polymerase." Science 239 (1988): 487-491; United States Patent 5,656,493 Mullis, et al. August 12, 1997: System for automated performance of the polymerase chain reaction; http://www.quimica.net/emiliano/artigos/2007mar_forense4.pdf)

Os medicamentos usados para tratar esse transtorno.

Eflornitina (para T. b. gambiense apenas)

Melarsoprol; Pentamidina (para T. b. gambiense apenas)

Suramina (Antrypol)

Alguns pacientes podem receber terapia combinada.

T. b. rhodesiense.

T. b. gambiense.

Injeções de pentamidina.

Isetionato de Pentamidina.

Na Rename 2006: itens 5.4 e 5.6.2.5

APRESENTAÇÕES

Solução injetável 300 mg.

Pó para solução injetável 300 mg.

INDICAÇÕES.

Tratamento de pneumocistose.

Tratamento de leishmaníase.

CONTRA-INDICAÇÕES.

Hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Insuficiência renal grave.

PRECAUÇÕES.

Monitorar a pressão sangüínea durante a administração e o período de tratamento. Se houver mielossupressão ou deterioração de funções renal ou pancreática, interromper o tratamento. Monitorar transaminases, fosfatase alcalina, bilirrubinas, glicemia (diariamente), contagem de células sangüíneas, creatinina sérica (diariamente), concentrações séricas de cálcio e eletrocardiograma. Cautela em pacientes com pancreatite, insuficiências hepática e renal (ver apêndice D), hiperglicemia, hipoglicemia, hipocalcemia, leucopenia, trombocitopenia e anemia.

Lactação.

Categoria de risco gestacional (FDA): C.

ESQUEMAS DE ADMINISTRAÇÃO.

Adultos e Crianças.

Tratamento e Profilaxia de Pneumocistose.

Dar 4 mg/kg, por via intravenosa (infusão lenta), uma vez ao dia, por 14 a 21 dias.

Profilaxia: 4 mg/kg, por via intravenosa (infusão lenta), uma vez a cada 4 semanas.

Tratamento de Leishmaníase Visceral.

De 2 a 4 mg/kg, por via intravenosa, 3 vezes por semana, por 5 a 25 semanas ou mais, até que duas culturas colhidas com intervalos de 14 dias dêem resultados negativos.

Tratamento de Leishmaníase Cutânea.

De 3 a 4 mg/kg, por via intravenosa, 1 ou 2 vezes por semana, até que a lesão não esteja mais visível.

Tratamento de Leishmaníase Cutânea Difusa.

De 3 a 4 mg/kg, por via intravenosa, 1 vez por semana, mantida por pelo menos 4 meses após não serem mais detectados parasitas na lesão de pele. São freqüentes as recidivas durante os primeiros meses até que a imunidade esteja estabelecida.

Tratamento de Leishmaníase Mucocutânea.

Dar 4 mg/kg, por via intravenosa, 3 vezes por semana, por 5 a 25 semanas ou mais, até que duas culturas colhidas com intervalos de 14 dias dêem resultados negativos.

ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS CLINICAMENTE RELEVANTES.

Início de efeito: 1 a 7 dias.

Pico de concentração plasmática: 60 minutos.

Meia-vida de eliminação: 6,5 horas.

Excreção: renal (lenta; concentrações reduzidas na urina por mais de 8 semanas após o término da terapia).

EFEITOS ADVERSOS.

Redução na micção, disfunções renal aguda. Faringite. Febre. Hipotensão aguda. Hiperglicemia ou hipoglicemia, sinais clínicos de diabetes até meses após o término da terapia. Diarréia, perda de apetite, náusea e vômito. Dor ou rubor no local da injeção, necrose tecidual. Trombocitopenia, leucopenia. Pancreatite aguda. Disfunção hepática.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS.

Aumento de efeito/toxicidade de pentamidina: anfotericina B, amiodarona, amitriptilina, cloroquina, clorpromazina, cisaprida, claritromicina, desipramina, eritromicina, fluconazol, fluoxetina, haloperidol, imipramina, mefloquina, nortriptilina, procainamida, prometazina, quinidina, risperidona, didanosina.

ORIENTAÇÕES AOS PACIENTES.

Orientar para manter-se deitado durante a administração do medicamento, em função do potencial de ocorrência de hipotensão severa. Alertar para a possibilidade de ocorrer gosto metálico desagradável com a administração do fármaco, que não requer atenção especial.

ASPECTOS FARMACÊUTICOS.

É preciso proteger com luvas e máscara o pessoal técnico que maneja as soluções e administra o medicamento. O pó para preparação intravenosa deve ser armazenado entre 15 a 30°C e protegido contra a luz. Para a diluição, adicionar de 3 a 5 mL de água estéril para injeção a cada 300 mg do pó liofilizado ou diluir em dextrose a 5%. A solução reconstituída em dextrose a 5% é estável em temperatura ambiente por até 24 h. Essas soluções não devem ser refrigeradas em decorrência do risco de cristalização. A solução diluída deve ser administrada durante 60 minutos. É observada precipitação imediata quando a solução de Isetionato de Pentamidina 3 mg/mL em glicose a 5% é misturada com injeções de cefalosporinas(As cefalosporinas formam um grupo de antibióticos beta-lactâmicos relacionados com as penicilinas, usados no tratamento de infecções bacterianas).

As informações aqui consignadas encontram se na base de dados científicos da empresa MedicinaNet. Foi permitida a reprodução parcial ou total dos dados, considerando que se trata finalidade acadêmica.

Pentacarinat.

Imagem do ProdutoPentacarinat Inj Loes 300 Mg Durchstf 5 StkLaboratório. Sanofi. Apresentação de Pentacarinat. Caixa - cx. c/ 6 fr.-amp. c/ 300mg de isetionato de pentamidina. Pentacarinat(Estudos sugerem que protege contra a infecção por T. b. gambiense. Mas não contra a infecção por T. b. rhodesiense).

Indicações.

Pentacarinat (Isetionato de pentamidina) está indicado: - no tratamento e profilaxia de pneumonia por Pneumocystis carinii; - no tratamento de leishmaniose cutânea, mucosa e visceral.

NOTA DO AUTOR.

Demonstração de formas capsuladas por Grocott. Com a técnica de Grocott (impregnação pela prata para fungos), alguns dos parasitas se coram em preto, outros não. Os corpúsculos negros correspondem a formas capsuladas do fungo. A prata impregna a cápsula.

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Pneumonia intersticial. Os septos interalveolares estão espessados devido a infiltração por células inflamatórias crônicas, como linfócitos, plasmócitos e macrófagos.

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Pneumocystis carinii é um fungo que causa pneumonias principalmente em imunodeprimidos. A parasita forma na luz dos alvéolos colônias que têm aspecto finamente espumoso. As paredes dos alvéolos estão espessadas por células inflamatórias crônicas inespecíficas, tratando-se, portanto, de uma pneumonia intersticial.

Os alvéolos estão parcialmente preenchidos por material róseo constituído por colônias de fungos. Os septos interalveolares estão espessados e hipercelulares pela reação inflamatória crônica ao parasita (pneumonia intersticial).

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Colônias de fungos aparecem como material róseo e finamente espumoso na luz dos alvéolos. Em aumento forte é possível distinguir minúsculos pontos basófilos, correspondentes aos núcleos dos parasitas. Os alvéolos também podem conter macrófagos esparsos, mas não há neutrófilos.

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Observações.

A pneumocistose é uma infecção oportunística freqüente em imunodeprimidos, principalmente naqueles com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Relata-se o caso de um paciente com quadro insidioso de febre, tosse e emagrecimento. Na radiografia de tórax observou-se imagem tumoral em seio costofrênico direito. Iniciou-se uso de prova terapêutica para tuberculose com rifampicina, isoniazida e pirazinamida (esquema I), sem resolução. Posteriormente, foi realizada biópsia pulmonar "a céu aberto" e o estudo histopatológico revelou pneumonia por Pneumocystis carinii. Houve melhora clínica e radiológica após o início do tratamento específico. O Pneumocystis carinii foi recentemente reclassificado por análise genômica como um fungo. É uma infecção oportunística em imunocomprometidos, sobretudo naqueles com AIDS, ocorrendo freqüentemente em pacientes com contagem de linfócitos CD4+ inferior a 200 células/mm3. Dispnéia, tosse e febre por dias a semanas são os achados comuns da forma de apresentação pulmonar da pneumocistose. A insuficiência respiratória aguda com necessidade de suporte ventilatório ocorre em cerca de 20% dos casos. O quadro radiológico é heterogêneo, usualmente com infiltrado intersticial bilateral.

Uma radiografia simples de tórax realizada durante um dos episódios de tratamento para as pneumonias bacterianas mostrava consolidações em seios costofrênicos, com predomínio à direita (1):

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Radiografia simples de tórax (póstero-anterior) mostrando opacificação de 4cm na base direita, com infiltrado na base esquerda (2):

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O exame histopatológico revelou fragmentos de tecido pulmonar com focos múltiplos de necrose, às vezes circundados por infiltrado de linfócitos e macrófagos. Em algumas áreas notou-se alargamento do interstício, infiltrado linfocitário, destacando-se a presença de espaços alveolares ocupados por material eosinofílico, amorfo, freqüentemente com aspecto espumoso, às vezes com alguns macrófagos. Nestas áreas, as colorações pelos métodos de Grocott (impregnação pela prata) e do PAS permitiram a visibilização de estruturas características de Pneumocystis carinii (3):

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Após três meses, no acompanhamento ambulatorial, a melhora radiológica tornou-se evidente, porém a imagem do terço inferior do hemitórax direito ainda era visível, como também o infiltrado na base pulmonar esquerda (4):

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Observe que se busca descrever quadros comparativos para formação de raciocínio clínico com diagnósticos diferencial. A pneumocistose pulmonar pode apresentar-se com quadros clínico e radiológico incaracterísticos, mimetizando outras infecções próprias do paciente com AIDS(2-4). No caso descrito, forma atípica da pneumonia por Pneumocystis carinii ¾ o pneumocistoma ¾ a ausência de dispnéia (sintoma maior) e de hipoxemia, a evolução insidiosa (seis meses) e a apresentação radiológica não usual causaram dificuldades para a conclusão diagnóstica, que foi realizada somente com estudo histopatológico. Nos casos denominados "típicos" de infecção por P. carinii, as radiografias de tórax apresentam o clássico infiltrado intersticial bilateral. Formas incomuns incluem abscessos, cavitações, lesões císticas, consolidações lobares, lesões nodulares, pneumotórax, pneumomediastino e até mesmo RX de tórax normal. Mais raramente, consolidações em lobos superiores (pacientes em profilaxia com pentamidina inalatória), formas miliares e alargamento de mediastino. As manifestações histopatológicas encontradas no caso que ilustram as imagens são concordantes com as descritas na literatura, sendo clássico o achado de enchimento alveolar por exsudato espumoso eosinofílico, acompanhado por pneumonite intersticial.

Além disso, manifestações patológicas atípicas têm sido descritas, como fibrose intersticial e intraluminal, ausência de exsudato alveolar, presença de macrófagos alveolares (achado também presente na descrição histológica do presente caso), inflamação granulomatosa, membrana hialina, cavitações em parênquima, microcalcificações, invasão vascular e até mesmo vasculites. Pacientes imunossuprimidos com pneumopatia febril insidiosa suscitam múltiplos diagnósticos diferenciais como as micobacterioses, as micoses, a doença citomegálica e as neoplasias, muitas vezes clínica e radiologicamente indistinguíveis. Como diagnóstico tardio a pneumocistose está associada a pior evolução e na ausência de tratamento é fatal. Clínicos e cirurgiões devem estar atentos para a necessidade de uma propedêutica pulmonar invasiva e precoce.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Contra-indicações de Pentacarinat.

Hipersensibilidade ao isetionato de pentamidina.

Reações adversas / Efeitos colaterais de Pentacarinat

Reações graves, que podem ameaçar a vida do paciente, podem ocorrer e incluem: hipotensão, hipoglicemia, pancreatite, arritmia cardíaca, leucopenia, trombocitopenia, insuficiência renal aguda, hipocalcemia e taquicardia ventricular. Um caso possível de síndrome de Stevens-Johnson foi relatado. Reações menos severas incluem: azotemia, alteração nos testes de função hepática, leucopenia, anemia, trombocitopenia, hipercalemia, náusea associada a vômito, hipotensão, tontura, síncope, flushing, hipoglicemia, hiperglicemia, erupção cutânea, distúrbios do paladar. Após administração parenteral podem ocorrer ainda hipomagnesemia e hematúria macroscópica. Reações locais podem ocorrer e suas intensidades podem variar desde desconforto e dor até endurecimento, formação de abscesso e necrose muscular. Têm sido relatados casos de pneumotórax com o uso de isetionato de pentamidina por inalação. Embora a etiologia do pneumotórax não esteja primariamente ligada à administração de isetionato de pentamidina, uma relação causa - efeito não pode ser descartada. Pneumonia eosinofílica, broncoespasmo e tosse também foram observados com a administração por inalação. O efeito colateral que ocorre com maior freqüência (cerca de 20% dos pacientes) é disfunção renal reversível, seguida de reações locais que ocorrem com uma freqüência um pouco menor. Os outros efeitos indesejáveis incluindo distúrbios metabólicos, alterações hepáticas, alterações hematológicas e episódios de hipotensão ocorrem bem menos freqüentemente (5 - 10% dos pacientes). O isetionato de pentamidina pode causar prolongamento do intervalo QT. Foram relatados casos isolados de Torsades de Pointes- com a administração de isetionato de pentamidina.

Pentacarinat – Posologia.

As doses recomendadas são as seguintes: 1. Tratamento de leishmaniose: Visceral: 4mg/kg de isetionato de pentamidina, em dias alternados, até um máximo de 10 injeções, preferencialmente por via intramuscular. A repetição deste esquema terapêutico pode ser necessária. Cutânea: 4mg/kg de isetionato de pentamidina, por via intramuscular, a cada 3 dias (um dia sim, dois não), num total de 3 injeções. Mucosa: 4mg/kg de isetionato de pentamidina, por via intramuscular, a cada 3 dias (um dia sim, dois não), num total de 5 injeções. Repetir o esquema após 60 dias, caso seja necessário. 2. Tratamento de pneumonia por P. carinii: Parenteral: 4mg/kg de peso de isetionato de pentamidina, uma vez ao dia por, no mínimo, 14 dias, preferencialmente por infusão intravenosa lenta. Inalação: Quando utilizado por via inalatória, o isetionato de pentamidina deve ser dado na dose de 600mg, uma vez por dia, durante 3 semanas. 3. Profilaxia de pneumonia por P. carinii: 300mg de isetionato de pentamidina, uma vez por mês, ou 150mg, cada 2 semanas, por via inalatória. Obs.: Não há recomendações específicas de dosagem para pacientes idosos. Em pacientes com insuficiência renal e pneumonia por P. carinii, deve ser feita adaptação da dose quando o clearance de creatinina for menor que 10ml/min: em casos graves, 4mg/kg/dia, por via parenteral, por 7 a 10 dias; depois 4mg/kg em dias alternados até completar, no mínimo, 14 doses; em casos menos severos, 4mg/kg em dias alternados até completar, no mínimo, 14 doses. Não há necessidade de redução da dose para leishmaniose. Modo de administração: Intramuscular: O conteúdo de um frasco-ampola deve dissolvido em 3ml de água estéril para injeção. A dose calculada de pentamidina deve ser administrada em injeção intramuscular profunda (o paciente deve estar deitado). Intravenosa: O conteúdo de um frasco-ampola deve ser dissolvido em 3 a 5 ml de água estéril para injeção. A dose calculada de pentamidina deve ser retirada e diluída novamente em 50-250ml de soro glicosado a 5% ou soro fisiológico a 0,9%. A solução pronta deve ser infundida num período de, no mínimo, 60 minutos, devendo o paciente permanecer deitado durante a administração.

Pentacarinat – Informações.

O isetionato de pentamidina, uma diamidina aromática, é um agente antiprotozoário que age, provavelmente, interferindo na transformação do DNA e de folatos, e inibindo a síntese do RNA e de proteínas. Protegem contra a infecção por T. b. gambiense. Mas não contra a infecção por T. b. rhodesiense. Como esse medicamento é tóxico, não é recomendado utilizá-lo como prevenção. Medida de controle de insetos pode ajudar a prevenir a disseminação da doença do sono em áreas de alto risco.

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